Número de infectados por coronavírus em Reserva Indígena salta de 10 para 30 em MS
A pandemia na Reserva Indígena de Dourados continua em nível cada vez mais crescente e ao mesmo tempo alarmante. Dados do Boletim Epidemiológico do Dsei-MS (Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul) divulgado nesta segunda-feira (18) revelam que os números de casos confirmados de coronavírus nas aldeias saltaram de 10 para […]
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A pandemia na Reserva Indígena de Dourados continua em nível cada vez mais crescente e ao mesmo tempo alarmante. Dados do Boletim Epidemiológico do Dsei-MS (Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul) divulgado nesta segunda-feira (18) revelam que os números de casos confirmados de coronavírus nas aldeias saltaram de 10 para 30 casos.
Em apenas cinco dias, desde a divulgação do primeiro caso no dia 13 de maio, a situação na Reserva Indígena torna-se ainda preocupante uma vez que a propagação da doença acontece de forma acelerada. No dia seguinte os números passaram para três casos, em menos de 24 horam passaram para dez e agora, em pouco mais de 48 horas, chegam a 30.
O que chama a atenção na divulgação do número total de testagens positivas é que, somente nesta segunda-feira (18) surgiram 22 novos casos em Dourados, com 20 confirmações somente na Reserva.
Dados do Comitê de Gerenciamento de Crise do Coronavírus revelam que a maior partes desses novos casos confirmados fazem parte da rede de contato da paciente que trabalha em um frigorífico do grupo JBS e que a maior parte dos pacientes está em isolamento domiciliar.
Segundo o coordenador de Vigilância Epidemiológica de Dourados, Emerson Eduardo Correa, todos esses casos registrados na Reserva Indígena estão sendo monitorados pelo Comitê de Gerenciamento de Crise do Coronavírus e a maior parte está em isolamento domiciliar.
Outro fator que deve ser levando em conta é o fato de haver dificuldades no cumprimento de medidas de isolamento, dada a especificidade das características culturais das comunidades indígenas e também de haver resistência entre os mais idosos.
A essas dificuldades já apontadas pelos agentes de saúde que atuam nas comunidades, aliam-se algumas situações consideradas emergenciais que foram apontadas pelos integrantes dos conselhos tradicionais dos povos Guarani e Kaiowá alimentos, que divulgaram carta denunciando a falta “de máscaras de três camadas de tecido de algodão, produtos de higiene para as comunidades, caixas d’aguas para armazenamento, e sementes para o plantio nas roças”.
No documento os indígenas falam em genocídio nas reservas, caso não seja feito um fortalecimento da Secretaria Especial de Saúde indígena, com ambulâncias, leitos, alternativas de isolamentos possíveis para a comunidade, proteção aos trabalhadores em contatos familiares, EPI’s e vagas em cemitérios.
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