Apesar de responder pela Funai (Fundação Nacional do Índio) em Campo Grande, o novo coordenador José Magalhães Filho, o “Homem do Megafone”, disse que se há uma recomendação do MPF (Ministério Público Federal) sobre a volta da distribuição das cestas básicas aos indígenas que vivem em terras não demarcadas, ela deverá ser aceita. Os indígenas estão há dois meses sem abastecimento de alimento.

Em seu segundo dia de trabalho na coordenação da Funai na Capital, ‘Magalhães do Megafone’, nomeado por Bolsonaro nesta terça-feira (4), comentou que está se inteirando sobre os assuntos da fundação e disse que se o MPF recomendou, a Funai de Ponta Porã certamente deverá acatar. “Não posso afirmar, mas se ela [recomendação] existe, deverá ser aceita”, pontuou.

À reportagem, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) disse que é apenas responsável pelo fornecimento das cestas básicas, levando os alimentos até às comunidades indígenas e aguarda posicionamento da Funai, responsável legal pela distribuições dos mantimentos às famílias. “A Conab aguarda apenas o retorno da Funai no processo de entrega para retomar a distribuição”, disse em nota.

A reportagem tentou contato com a Funai de Ponta Porã, mas não obteve sucesso.

Indígenas passando fome

O MPF disse nesta quarta-feira (5) que os indígenas que vivem em Dourados e Ponta Porã estão há dois meses sem receberem alimentação e, desde então, estão sem acesso às cestas básicas e muitos já estariam passando fome.

“Os indígenas permanecem sem acesso a cestas bacias, item que para a maioria é a única fonte de alimentação”, disse ministério por meio da assessoria de imprensa em Mato Grosso do Sul. As cestas básicas são distribuídas por conta da situação de insegurança nutricional vivida pelas comunidades.

As cestas, que não são entregues desde dezembro, são de até 22 kg, e é composta com pacotes de feijão, óleo, macarrão, fubá, milho, farinha de mandioca, farinha de trigo, arroz, açúcar e leite. Os produtos podem variar de acordo com cada região.