Foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) desta quarta-feira (4) a nomeação de
José Magalhães Filho, mais conhecido na cidade como “O Homem do Megafone”, ao cargo de Coordenador Regional da (Fundação Nacional do Índio) em .

Bolsonaro nomeia Magalhães 'do megafone' para coordenar Funai em Campo Grande
Magalhães obteve 1,325 votos e é suplente de deputado estadual | Foto: Reprodução | Facebook

A nomeação, assinada pelo secretário-executivo do e Segurança Pública, Luiz Pontel de Souza, atenderia a uma indicação de sua correligionária, a senadora Soraya Thronicke (PSL). A publicação também pegou lideranças indígenas de surpresa, que até o início desta manhã, pouco sabiam sobre Magalhães. Além disso, o novo coordenador é autodeclarado branco e não teria afinidade com a agenda indígena.

O novo coordenador regional da Funai tem 73, é militar da reserva e foi candidato a deputado estadual pelo PSL nas última eleições, na qual conquistou 1.325 votos. Ao longo de 2018, ele integrou um grupo que costumava se concentrar no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e contra a reeleição de políticos. Ele também ficou conhecido pelo uso do megafone nas manifestações, com a frase “não reeleja, passe a régua”.

Magalhães também foi figura polêmica na (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), mesmo sem ter sido deputado. Em setembro de 2007, ele ingressou com ação na Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais contra o então presidente da Casa, Jerson Domingos, a fim de obter a quebra do sigilo do salário de parlamentares. Após isso, Magalhães também moveu mandado de segurança em 2010 que queria saber detalhadamente qual o salário de um deputado estadual no Estado, inclusive com os subsídios inerentes ao cargo.

Ele também ficou conhecido por ter atirado ovos contra si em uma manifestação na Câmara dos Vereadores, em 2012, contra o reajuste salarial dos vereadores de Campo Grande. “Que eles sejam atingidos simbolicamente. É um ato de repúdio. Não posso ser violento e jogar neles. Que eles recebam simbolicamente e sintam-se atingidos. Vereador não tem salário, tem subsídio. É uma ajuda de custo. Como cidadão não quero mais pagar este valor. Sintam-se ovados e não ovacionados. Me sinto roubado em pagar R$ 15 mil para um vereador”, protestou, na ocasião.

Vale lembrar que, desde março de 2019, a Funai estava sob o comando do pastor terena Henrique Dias, que é amigo da ministra Damares Alves.