Funcionários de Unei rebatem mães de internos, mas também reclamam da estrutura
Mesmo estando sem energia e água nesta manhã de quarta-feira (18), funcionários da Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco, onde ficam internados adolescentes infratores em Campo Grande, se reuniram em frente a unidade de trabalho para manifestarem e reivindicarem melhorias nas condições de trabalho. Um agente da unidade, que prefere não se identificar, confronta […]
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Mesmo estando sem energia e água nesta manhã de quarta-feira (18), funcionários da Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco, onde ficam internados adolescentes infratores em Campo Grande, se reuniram em frente a unidade de trabalho para manifestarem e reivindicarem melhorias nas condições de trabalho.
Um agente da unidade, que prefere não se identificar, confronta o protesto realizado pelas mães e diz que o que elas fizeram alegam é “uma desculpa esfarrapada, pois na verdade os caras vieram para nos matar”. Mas a principal solicitação é por mais segurança no local.
Mães dos internos
Após a fulga de 26 internos da Unei, algumas mães procuraram a Defensoria Pública para pedir ajuda e cobrar melhorias na unidade. Patrícia Guimarães, de 39 anos, é mãe de um jovem de 18 anos que ainda cumpre pena na Unei por quebra de serviço comunitário.
O filho dela foi um dos que fugiu e ela revelou que só soube da fuga pela mídia. Segundo Patrícia, a direção da Unei não entrou em contato com as mães para falar sobre a fuga. Elas chegaram a procurar a unidade, mas não foram recebidas e ainda foram informadas “Agora é com a polícia e eles não vão ter dó”. Ela contou para a equipe de reportagem do Midiamax que a estrutura da Unei Dom Bosco está em péssima situação.
Um agente da unidade aproveitou a manifestação dos funcionários para se posicionar contra o manifesto das mães de internos que aconteceu na terça-feira (17). O funcionário também lembra que “o Ministério Público afastou sete agentes sem embasamento, apenas baseado nos depoimentos dos internos. Aqui não tem santo não, quem fala que aqui é adolescente vítima da sociedade está mentindo, cada um tem o que escolheu, eles escolheram o caminho do crime preferem vender drogas e até matar”, opina.
Segundo ele “o problema é que os internos são super protegidos”. O agente também comenta que essa superproteção também deveria acontecer com os servidores, já que acompanham a rotina completa dos internos.
Falta de Segurança
Segundo os agentes, não há nenhum tipo de guarnição, nem muros com concertina e também não tem gerador de energia o que acaba se tornando um perigo pois quando acaba a luz eles ficam sem comunicação e sem iluminação.
O diretor do Sindsad (Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos da Administração do Estado do Mato Grosso do Sul), Silvio de Souza Guimarães, explica que com a falta de agentes e o excesso de internos, que atualmente são 95, os funcionários perdem a segurança. Além disso, durante os plantões atuam apenas seis colaboradores e, para Silvio, o ideal seriam 11.
“Constantemente ocorre queda de energia no prédio, ainda mais nessa época de chuva. Infelizmente, devido as péssimas condições de trabalho, outros concursos acabam levando nossos agentes”, argumenta.
Claudinei da Silva Vilate, presidente Associação dos Servidores de Medidas Sócioeducativas e também atua na Unei como agente, explica que os funcionários não usam nenhum tipo de armamento, apenas uma espécie de cassetete. “Estamos gritando por socorro, pelos servidores e também pelos internos”, diz.
O presidente da associação explica que os funcionários têm um acumulo ou desvio de função como, por exemplo, quando fazem escolta ou trabalham de motoristas das vãs da unidade. “Motorista aqui tem que ser o próprio agente, nós nos desdobramos em várias funções. Não recebemos nenhum tipo de treinamento para realizar, se querem que a gente faça esse tipo de trabalho poderiam pelo menos passar capacitação adequada”, argumenta.
Ele diz também que mais de 40% dos internos já são maiores de idade e maior parte deles são facção.
À reportagem, o diretor do Sindsat diz que quando detentos fogem, normalmente eles voltam para locais conhecidos. “Em geral eles ficam na região deles mesmo, muitas vezes não são aceitos em outros locais por causa da facção”. Nesta segunda-feira (16), 26 adolescentes fugiram após um motim.
Após manifestação, ficou acordada uma reunião com a Superintendência de Medidas Socioeducativas na sexta-feira (20), às 10 horas, no prédio da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), onde vai ser discutida questões de melhorias na segurança como, por exemplo, câmeras de monitoramento e a concertina.
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