Esmola, emprego e petiscos: aumentam abordagens a motoristas nos semáforos
Basta parar o carro no Centro para ser abordado por uma das tantas pessoas que diariamente esperam nos semáforos por uma ajuda. Há também aqueles que procuram emprego ou fazem do local seu trabalho com a venda de balas, pipocas, acessórios e diversos outros. Para os motoristas, a prática dos pedintes acaba incomodando motoristas e […]
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Basta parar o carro no Centro para ser abordado por uma das tantas pessoas que diariamente esperam nos semáforos por uma ajuda. Há também aqueles que procuram emprego ou fazem do local seu trabalho com a venda de balas, pipocas, acessórios e diversos outros.
Para os motoristas, a prática dos pedintes acaba incomodando motoristas e atrapalhando quem está nas ruas vendendo informalmente. Em parada rápida no semáforo na Avenida Fernando Correa da Costa com a Padre João Crippa, e motoristas foram diretos: abordagens as vezes assustam e acabam atormentando.
A quantidade de pessoas nos semáforos cresceu e para a motorista Maria Lúcia Peralta, de 60 anos, a prática perturba. “É muito ruim. A cidade fica tão carregada, antes não tinha isso”, disse.
Nos semáforos da Capital, principalmente no centro, é muito comum encontrar os trabalhadores informais oferecendo produtos aos condutores que param por alguns segundos. O trabalho ambulante é considerado válido para o motorista Jandir Freitas, de 71 anos, mas as abordagens dos mendigos sempre incomodam. “Eu sei que estão ali fazendo o deles [vendendo], mas os que pedem esmola incomodam bastante”, afirmou.
Rodando pela cidade diariamente, o motorista Damião Machado, de 46 anos, disse que sabe bem como o trânsito fica quando qualquer condutor é abordado.
“A cidade acabou que ficou cheia de situações como essas, né, acho que as pessoas que estão ali vendendo tem um motivo, mas as vezes atrapalha o trânsito. Muitas vezes tem gente que quer ajudar, aí o sinal abre e os carros não andam, aí fica aquela confusão de buzinadas”, pontuou.
As abordagens costumam assustar a motorista Giani Dulce, de 55 anos. Ela comentou com a reportagem que os pedintes aparecem de repente e ‘quase entram no carro’.
“Não dá para saber se estão vendendo alguma coisa ou pedindo. Tem vendedores que respeitam o espaço e ficam longe da porta do motorista, mas os que vem pedir moedas abordam e chega a intimidar”, relatou Dulce.
De pizzas a pães
Quem se lembra da ‘febre’ da venda das pizzas nos semáforos em Campo Grande? Pois agora, em busca de complementar a renda e até mesmo ter como arrecadação principal, moradores de Campo Grande vendem pães nas ruas da cidade e fazem o maior sucesso com a clientela.
Os preços variam, de R$ 6 a R$ 10, e os vendedores comentam que é raro voltar para casa com sequer um pão no estoque.
A fabricação não é própria, mas Ricardo Fernandes, de 57 anos, conta que a revenda dos pães, cucas e roscas fazem sucesso com os clientes. Das 40 peças que ele leva no ponto escolhido para as vendas, não resta uma. “Na crise eu tive que arrumar uma alternativa para arrumar uma renda. Eu trabalhava no setor da construção civil e quando teve um grande corte de funcionários, precisei me virar”, disse ele.
Venezuelanos pedindo emprego
Os semáforos também são usados como vitrine para pedir emprego e tentar a sorte. Mesmo debaixo de garoa, Nolgris Reys, de 31 anos, pediu ajuda aos motoristas na Afonso Pena em Campo Grande.
Venezuelana, ela chegou ao território brasileiro há um ano e escolheu Campo Grande para viver. Nolgris já conseguiu uma oportunidade para a família na cidade, mas pedia ajuda no semáforo para ajudar quem ficou no seu país de origem.
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