Após boatos de paralisação, sindicato de MS nega articulação para greve de caminhoneiros
O Sindicam-MS negou que haja articulação para greve de caminhoneiros, dada como certa por lideranças isoladas a partir das 6h da próxima segunda-feira (16).
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O Sindicam-MS (Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul) negou que haja articulação para greve de caminhoneiros na próxima semana, contrariando informações que circulam em redes sociais e pelo WhatsApp que dão como certa uma grande paralisação nacional a partir das 6h da segunda-feira (16).
“Não existe nenhuma articulação por parte dos sindicatos, é uma fake news. O que existe são manifestações autônomas de algumas pessoas, como sempre existiram. É claro que temos muitas reivindicações, mas uma paralisação só seria convocada quando as negociações se esgotassem. E até hoje o governo esteve de portas abertas”, declarou Roberto Sinai, do Sindicam-MS.
Segundo Sinai, até mesmo a atual época do ano reforça que uma eventual paralisação não seria estratégica. “Não seria nem prático, porque em dezembro a demanda por transporte é muito menor. As indústrias estão entrando em férias coletivas, o transporte de safra diminuiu, não tem soja, não tem milho, não tem carga para transportar. Então, uma paralisação não iria chamar a atenção de ninguém”, considera.
A reportagem conversou com outros caminhoneiros, que também negaram articulação para greve. “Tem gente querendo articular, mas não acho que terá adesão. Eu vi a convocação no WhatsApp, mas ninguém está conversando sobre isso. Se tiver [adesão], é do pessoal que trabalha autônomo. Francamente, eu não vejo isso acontecer”, opinou Carlos Eduardo Benitez, de 39 anos, caminhoneiro há 11.
Ameaça de greve de caminhoneiros é recorrente
Não é a primeira vez que greve de caminhoneiros é especulada neste ano. Nos meses de março e maio, informações de paralisação nacional chegaram a circular, mas sem serem colocadas em prática. Assim como agora, as informações sobre uma greve de caminhoneiros são desencontradas e não apresenta uma pauta de reivindicações clara. No caso atual, até o governo federal considera baixa a possibilidade de uma paralisação ocorrer.
A situação remete à grande paralisação nacional ocorrida em maio de 2018, quando a categoria paralisou por 11 dias em MS, causando uma série de desabastecimentos, inclusive de combustível, alimentos e de medicamentos e insumos hospitalares.
Mesmo nesta época, o movimento de caminhoneiros já era dividido e diversas lideranças autônomas emergiram em meio ao caos formado. Assim, enquanto o Sindicam-MS atuava para que a categoria focasse numa pauta de reivindicações como a redução do ICMS do diesel, a agenda das demais lideranças ultrapassavam as questões relacionadas aos caminhoneiros.
Antes mesmo de chegar ao fim, a greve perdeu força após caminhões com cargas de produtos essenciais voltarem a circular com escolta policial. Ainda assim, naqueles dias, após quase duas semanas, a categoria conquistou redução do ICMS de 17% para 12% em MS, além de 30% dos fretes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e 10% de redução no preço do diesel pela Petrobras.
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