50 viaturas, caminhões e até helicóptero foram acionados

A Polícia Federal montou um megaesquema para a que estava prevista para acontecer na manhã desta segunda-feira (9) e que foi cancelada pela Justiça. Ao todo foram mobilizados policiais de cinco estados brasileiros. Um efetivo de 200 homens, entre federais e militares, foi destacado para agir por terra, em  helicópteros, caminhões, ônibus e viaturas.

Com medo de um possível conflito, a ministra Carmen Lúcia do STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a liminar registrada na manhã desta segunda-feira cancelando a operação de cumprimento de mandado judicial em terra ocupada por indígenas em , a 273 km de Campo Grande. 

Em nota, a PF afirma que o início da operação contou com deslocamento de tropas e comboio de viaturas de diversas forças de segurança federais e do estado. Para cumprir a determinação judicial, além da PF, participariam a PM (), Polícia Rodoviária Federal, o Corpo de Bombeiros, a Justiça Federal e o Exército.

Ainda segundo a Polícia Federal, equipes de outros estados também foram acionadas. “Policiais federais dos estados do Mato Grosso, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná foram recrutados para esta missão, além da tropa de elite da PF – COT (Comando de Operações Táticas) – e operadores da CAOP (Coordenação de Aviação Operacional), que vieram de Brasília especialmente para este trabalho”.

Para a reintegração da Fazenda Santa Maria, onde vivem os indígenas da etnia Guarani Kaiowá, foi montada estrutura com helicópteros, que chegaram a decolar, além de caminhões, ônibus e mais de 50 viaturas das forças de segurança e do Exército. Segundo a PF, as equipes chegaram até a fazenda, quando foram comunicados da suspensão da decisão liminar que determinava o despejo da comunidade.

Com o cancelamento da operação, o efetivo empregado na operação retornou para Dourados, a 225 km de Campo Grande. Às 10h desta segunda-feira, haverá uma coletiva de imprensa em Dourados para explicar o motivo do cancelamento da operação.

Ocupação indígena

A ação seria executada pela Polícia Federal e Militar na Terra Dourados Amambaipegua I – onde o agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu e Souza foi assassinado em 2016. De acordo a Funai, a reintegração deveria ser suspensa por ser uma área de “extremamente conflituosa”.

Segundo PF, o processo de negociação para a deocupação voluntária do local se arrasta desde o deferimento da decisão de reintegração de posse pela Justiça Federal de Dourados, em abril do ano passado. “Cerca de 60 indígenas ocupam os 119 hectares da Fazenda Santa Maria, que fica a aproximadamente 70 km do Centro de Dourados, limítrofe com a reserva indígena Te'ýi Kue, onde vivem cerca de 3.700 indígenas” afirma.

(Foto: Arquivo/ Ruy Sposati – Cimi)