#CG119: Campo Grande, a cidade ‘das quatro estações’ em um único dia
Os moradores de Campo Grande já estão se acostumando com o “bota casaco, tira casaco” durante os dias de Inverno. Com a variação climática confusa, as manhãs são frias, as tardes quentes e à noite o tempo fica ameno novamente. Sem contar as paisagens que mudam repentinamente durante o dia. Vale lembrar daquela versão bem […]
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Os moradores de Campo Grande já estão se acostumando com o “bota casaco, tira casaco” durante os dias de Inverno. Com a variação climática confusa, as manhãs são frias, as tardes quentes e à noite o tempo fica ameno novamente. Sem contar as paisagens que mudam repentinamente durante o dia.
Vale lembrar daquela versão bem didática que aprendemos na escola: no Verão é calor; no Outono as folhas caem; o Inverno é frio e na Primavera, as flores surgem. Com a atual estação não tão bem definida, por que as pessoas classificam a Capital sul-mato-grossense como a cidade ‘das quatro estações’?
O meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Ernesto Alvin, conversou com o Jornal Midiamax e explicou que essa variação climática é normal para a época do ano e explicou o porquê.
“Essa situação é normal no Inverno, porque nessa época do ano há uma amplitude térmica muito maior do que no Verão. Então tem uma grande variação entre a [temperatura] máxima e a mínima, por isso faz frio de manhã, esquenta durante o dia e volta a esfriar a noite”, disse Ernesto.
Esse ‘tempo maluco’, que faz com que a gente saia de casa agasalhado pela manhã e durante a tarde pareça estar em um clima de praia, acontece porque na interestação, que acontece no período de transição de uma estação para outra, o clima fica pouco nebuloso e a baixa umidade do ar predomina.
“A temperatura nessa época do ano varia de acordo com o sol. Com a radiação do sol, aquece rapidamente, até passar para a temperatura máxima, na hora que o sol se esconde, a temperatura cai porque não tem um cobertor de umidade para segurar a temperatura”, explicou o meteorologista.
E como fica nossa saúde?
Essa variação climática acaba prejudicando a saúde dos moradores, que ficam com o sistema imunológico mais vulneráveis às doenças. Quem sofre, principalmente, são as crianças de até dois anos e também os idosos.
A médica pneumologista Lilian Andries conversou com a reportagem e explicou que nosso organismo tende a ficar mais sensível devido a variação climática durante o dia. Resfriados inesperados podem aparecer, pois os vírus circulam com mais facilidade.
“Toda vez que tem uma mudança brusca de temperatura, tipo, de dia está um calorão, aí tem uma queda de 12 graus na temperatura, o nosso organismo tenta manter a nossa temperatura e nisso fica mais exposto, porque tem que se adaptar, aí a gente que sofre”, disse a especialista. As pessoas que já têm doenças respiratórias, como renite alérgica, asma e bronquite, também são as mais prejudicadas nesse clima.
A dica da especialista é que as pessoas se antecipem e tenham o costume de ver a previsão do tempo com frequência. “Como não pode evitar, as pessoas devem se antecipar. Se amanhã vai ficar frio, devem se agasalhar melhor, se a umidade vai ficar baixa tem que beber mais líquido, tomar mais água entre o meio dia e 16h, que é quando a umidade está mais baixa. Tem que se prevenir”, sugeriu a médica.
Descongestionantes nasais
Nesta época do ano, com as mudanças rápidas nas temperaturas e baixa umidade do ar, fica mais difícil respirar, pois o ar fica mais impuro devido às grandes quantidades de fluentes no ar.
Para ameninar os narizes entupidos, muitas pessoas acabam optando pelos famosos descongestionantes nasais, comprados por até R$ 4 em farmácias. Mas o uso não é aconselhado pelos especialistas.
A pneumologista Liliam Andries afirma que os usos desses medicamentos podem trazer consequência para a respiração dos pacientes. “Esses medicamentos vão aliviar a respiração a curto prazo. Logo o nariz volta a entupir e as pessoas acabam abusando do uso. Esses medicamentos são inadequados e o importante é umidificar as mucosas nasais”, pontuou.
Segundo a médica, o ideal é o paciente hidratar as vias respiratórias com soro fisiológico ou até mesmo água.
Correria para o médico
Como a especialista comentou, nossa saúde fica mais sensível com a variação das temperaturas e quem mais sofre, são as crianças e idosos que acabam tendo presença marca nos atendimentos médicos.
“Os idosos podem ter algumas patologias, como diabetes, hipertensão, hipotireoidismo, cardiopatia, que contribuem para que possam ficar doentes nessa época do ano. Então essa faixa etária acaba gerando mais preocupação na gente”, disse a médica.
Maria José de Sá, de 65 anos, contou que a mãe contraiu uma gripe muito forte e doença repentina assustou a família de dona Maria, de 88 anos. “É muito difícil ela ficar doente, mas na ultima semana precisamos correr com ela pro hospital”, disse Maria José a reportagem.
A idosa perdeu o apetite e tossia incansavelmente durante o dia todo. Somente a ida em um médico plantonista e o uso da medicação correta fez com que a gripe inesperada e tosse seca fosse embora. “Certeza que ela pegou essa gripe por causa desse tempo. Fica frio de manhã, aí esquenta a tarde. Não há quem aguente”, afirmou a moradora.
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