Moradores que acompanham discussões do plano criticaram Planurb

Na noite de quinta-feira (22), o Planurb (Instituto Municipal De Planejamento Urbano) realizou a última reunião da região central que discute a revisão do . O encontro discutiu o bairro centro em uma sala pequena da Acig (Associação comercial e industrial de ), e teve ‘bate-boca' entre os moradores e os representantes da Plaburb, sobre a falta de divulgação das reuniões.

“Achei super mal divulgado, principalmente pela estrutura da sala pequena. Foi divulgado para uma classe de pessoas que tem acesso à internet, um sistema que não chegou na periferia”, comentou a professora Cintia Possas, 31.

Cintia foi acompanhada de outros dois amigos que militam pela mobilidade urbana. As criticas do grupo eram rebatidas pelos representantes do Instituto, que negavam a falta de divulgação, explicando que as reuniões foram comunicadas aos conselheiros e por entrevistas de rádio.

Ciclistas, eles criticaram que a Capital tem se expandido e desenvolvido para as pessoas que possuem carros. “Eu uso muito o centro, sou ciclista e tenho muita dificuldade de me locomover. Acho que a cidade tem que ser preparada para as pessoas”, explicou Cintia.

É a mesma opinião do designer Pedro Garcia, 27, que veio do Rio de Janeiro para Campo Grande e vive no centro. “A cidade tem que ter mais mobilidade e acessibilidade. As calçadas têm vários desníveis, esses dias fui ao Sesc e vi um cadeirante que não conseguiu entrar”.

“O asfalto também é ruim, já quebrei várias vezes a bicicleta. Também falta lixeiras pelas ruas do centro, saio de casa e vou até a praça e não tem uma lata de lixo”, complementou.

Inventário do Patrimônio Arquitetônico

Plano diretor: reunião na associação comercial tem bate-boca sobre falta de divulgação

Durante a reunião, o pesquisador levou um grupo de estudantes, que apresentaram um projeto sobre o Patrimônio Histórico Arquitetônico, que atualmente está na fase de trabalho de Campo. O objetivo é apresentar dados mais atualizados sobre os imóveis da Capital, para que sejam protegidos e preservados.

Engenheiro civil aposentado, Valdir Jardim foi até a reunião porque tem propriedades no centro e acredita que os imóveis “estão velhos” e tem prejudicado o desenvolvimento da cidade. Para ele, não é claro quais estruturas devem ser protegidas e de que forma.

“Deveria liberar para construir. Tinha que identificar o que é patrimônio e o resto tem que liberar. As coisas têm que ser mais claras. É só coisa velha, basta comparar com a Avenida Paulista. As edificações aqui são pobres e muito antigas”, criticou.

Plano Diretor

O Plano Diretor é o principal instrumento que orienta as políticas públicas e a direção para a qual caminha o desenvolvimento das cidades. Ele foi instituído pela Lei Federal 10.257/2001 do Estatuto das Cidades, e deve ser revisado a cada 10 anos. As reuniões que discutem o novo Plano nos bairros de Campo Grande só ocorreram depois que a Comissão de Direito Mobiliário, Urbanístico, Notorial e Registral da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul) ingressou com ação civil pública.

A comissão criticou a aprovação ‘a toque de caixa' do documento, que começou a ser revisado ainda durante a gestão de Alcides Bernal (PP), que contratou uma empresa de Curitiba para elaborar o documento. Entenda aqui algumas mudanças que podem ocorrer após a aprovação.

Clicando aqui é possível opinar e comentar sobre diversos assuntos como transporte, cultura e moradia, e as discussões irão integrar o projeto final. Já neste portal, é possível acompanhar os documentos aprovados e as minutas da revisão, como a que foi apresentada pela empresa contratada durante a gestão de Bernal.