VÍDEO: nas ruas, nomeação de Lula para ministério é vista como ‘afronta’
Opinião mais comum é de descrédito com a política
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Opinião mais comum é de descrédito com a política
Os esquemas de corrupção investigados em nível nacional com a operação “Lava Jato” e em nível estadual com a “Lama Asfáltica”, são alguns dos fatores que têm tirado da população a crença na política e na construção de um país melhor.
Na manhã desta quinta-feira (16), a equipe de reportagem do Jornal Midiamax foi às ruas de Campo Grande para saber o que a população pensa a respeito do cenário político atual. A maioria dos entrevistados está decepcionada e alguns pedem até pela volta da ditadura.
“Está difícil. Não temos quem colocar no governo. Não tem um que preste. Acredito que deveria voltar ao regime militar para que as coisas se ajeitem. Precisamos de um governo mais rígido”, sugere a vendedora Alexandra Melgar, de 28 anos.
Aos 73 anos, o aposentado João Xavier não acredita na política do país e comemora o direito de não votar. “Não acredito mais em ninguém. Não tem mais gente séria neste país. Me decepcionei. Todo político virou corrupto. Desisto de votar e a lei me ampara” frisa.
Na mesma situação José Prudente, de 76 anos, assume que já deixou de votar. O aposentado também critica a delação do senador Delcídio do Amaral (PT) que expõe suposto esquema de arrecadação de dinheiro federal para campanhas políticas no Estado. Conforme as informações, o esquema teria funcionado com participação do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e do ex-deputado federal pelo PR e ex-secretário de Obras do Estado, Edson Giroto.
“Ele é um bandido. Não fez mais que é obrigação em delatar e só está fazendo isso porque foi forçado a fazer, pressionaram ele”, afirma. Sargento da Polícia Militar, Amauri Braga de Oliveira, de 51 anos, concorda com o aposentado. “Ele é um vilão que ficou sozinho. Entregou os outros de raivinha e não porque quer o melhor para o país”, observa.
Apesar de acreditar que a delação teve cunho pessoal, o sargento admite que esta pode ser a chance de novas perspectivas no cenário político e cita a força das manifestações ocorridas em todo o país, como houve no último domingo (13).
“Essa é a chance que o país tem de ser passado a limpo, de recuperarmos a expectativa de um bom futuro. As manifestações deveriam ocorrer durante a semana para parar todo o país. Todos os envolvidos em corrupção tinham de renunciar. É preciso fazer um limpa no Congresso, Senado, Câmara dos deputados, Câmara de vereadores, em tudo”, declara.
A gerente comercial Jaqueline Gomes Alves, de 24 anos, também mostra seu descontentamento. “É complicado falar de política. É uma cúpula, um querendo atacar o outro. Tudo precisa ser investigado e a delação abre as portas para isso. O Delcídio não é mocinho nessa história, mas creio que os políticos estão vendo que o povo cansou de toda essa palhaçada”.
O professor Alexander Nammoura, de 39 anos, também lamenta o cenário político. “É uma vergonha nacional. Toda a classe política manifesta corrupção. É um sistema no qual quem entrar se torna corrupto. A delação do Delcídio mostrou muita sujeira, imagina se todos delatassem as corrupções. Ele não é bonzinho foi envolvido pelo sistema, mas se quisesse poderia pedir para deixar o cargo”.
A vendedora Sandra Cavalhieri, de 30 anos, não vê perspectivas de mudança. “Acho que tudo acaba em pizza. Quem perde somos sempre nós, os eleitores”. O militar Hugo do Espírito Santo, de 54 anos, ressalta: “tem muita coisa suja por vir ainda. A delação é algo bom. Com tudo vindo à tona vamos poder saber em quem votar da próxima vez”, afirma.
Anunciada no fim desta manhã, a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como ministro da Casa Civil também desagradou a população. “É um afronta para o povo”, afirma a professora Margarete Nogueira, de 48 anos.
“É um absurdo. Ele só está tentando escapar das investigações”, destaca, também professora, Michela Nogueira, de 45 anos.
Nomeação de Lula na Casa Civil
No fim desta manhã o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), anunciou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assumir a Casa Civil da Presidência da República, no lugar de Jaques Wagner.
Esta é a primeira vez na história recente do país que um ex-presidente é nomeado a ministro. Antes, apenas Itamar Franco ocupou a função de embaixador do Brasil em Portugal e os ex-presidente José Sarney e Fernando Collor exerceram cargos eletivos.
Com a nomeação a investigações da Operação Lava Jato, contra o ex-presidente, comandada pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba (PR), passará a ser comandada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot e será julgada no STF (Supremo Tribunal Federal), pelo ministro Teori Zavascki.
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