Mais fazendas em áreas indígenas podem ser ocupadas, dizem índios

“A gente está aqui é para morrer se precisar”, diz índia

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

“A gente está aqui é para morrer se precisar”, diz índia

Índios da Aldeia Tey Cuê, que está dentro da região de conflito em Caarapó – cidade a 273 quilômetros de Campo Grande – disseram que as ocupações recém começaram e vão entrar em mais fazendas. Que integram o relatório publicado pela Funai (Fundação Nacional do Índio), que afirma que 55,9 mil hectares de terras da região são tradicionais indígenas.

“Vamos ampliar as retomadas em Caarapó. Além das fazendas que já estão ocupadas, vamos ocupar outras”, prometem os índios, lembrando que os locais que eles pretendem entrar integram a área que está inclusa no relatório de demarcação, publicado no mês passado.

Segundo um agente de saúde indígena, que atua na aldeia vizinha à fazenda ocupada, nem os momentos de tensões pelos os quais estão passando vai fazer com que mudem de atitude.

“A gente não tem arma. Nossa arma principal é a reza. A gente perdeu um colega de trabalho, que sempre ajudou a comunidade. Aqui nós somos agentes de saúde, médico, psicólogo e assistente social. Quando ele foi morto estava trabalhando. Não estava em ocupação nenhuma. Não vamos desocupar as áreas retomadas. Que venham e matem todo mundo. A gente está aqui é para morrer se precisar”, afirma.

Apesar de não temer o enfrentamento, a índia diz esperar que a polícia fique na aldeia para garantir a segurança dos índios. “Temos informação de que produtores estão organizando outros ataques”, diz.

Polícia

Segundo o que o Jornal Midiamax apurou as forças policiais presentes no local não vão passar a noite na região do conflito. Eles teriam recolhido as armas, que foram retiradas dos policiais que foram feitos reféns, após intermediação do MPF (Ministério Público Federal).

A informação, segundo o coronel Carlos Silva, comandante da Polícia Militar de Dourados, é de que apenas uma pistola não foi recuperada. Policiais conseguiram reaver armas, vários carregadores e muita munição.

Agentes da Polícia Federal presentes na área do conflito confirmaram que uma tropa da Força Nacional saiu de Brasília na tarde desta quarta-feira (15) com destino a Caarapó, onde devem chegar na quinta-feira (16). 

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados

Vacinação