Em trechos, bocas de lobos estão danificadas e semáforos para veículos e condutores ainda não funcionam

As revitalização pela qual passou a Avenida Júlio de Castilho, liberada totalmente para tráfego de veículos há cerca de um ano custou mais de R$ 18 milhões. Apesar de ter demorado cerca de dois anos e meio para ficar pronta, a via já enfrenta reclamações e causa transtornos para comerciantes, pedestres e motoristas, além de apresentar vários problemas estruturais.

Na tarde desta quarta-feira (14) uma equipe da Prefeitura fazia operação tapa-buraco na avenida entre a Avenida Presidente Vargas com a Rua TV Padial. Além dos buracos, comerciantes citam outras situações problemáticas.O mau escoamento é um deles, fato que inclusive foi noticiado após uma chuva no mês de setembro do ano passado, quando alguns pontos ficaram alagados.

Em trechos, as bocas de lobos já estão danificadas, alguns semáforos para veículos e condutores ainda não funcionam. Condutores também não concordam e dizem que as alças e o aumento de semáforos deixaram o trânsito mais lento.

Além disso também tem as questões do estacionamento que muitos acreditam que também deixa o trânsito mais lento e a época amarga das obras, por conta do trânsito que ficou interrompido e gerou prejuízos de até 70% nas vendas.

Outro ponto que quem trabalha na região aponta é sobre a falta de fiscalização a respeito do estacionamento. Desde o dia 20 de maio de 2014 está proibido estacionar na avenida das 6 horas às 10 horas e das 16 horas às 19 horas.

“Vergonha operação tapa buraco na Júlio de Castilho, com o pouco tempo que foi feito”, diz o metalúrgico Haroldo Antunes de 63 anos.

“Obra mal feita, sem estrutura e planejamento. Esse ponto aqui fica alagado quando chove”, diz o vendedor Alex Venâncio de 22 anos.

“Cheio de buracos, boca de lobo afundando, semáforos ainda desligados, tempo de pedestres que não foram ligados até hoje. Não tem fiscalização, tem motorista que coloca o carro no ponto de ônibus. Lembro na época, antes das obras, o Nelsinho fez uma reunião e disse que a obra seria por etapas, começaria no Ana Maria do Couto e terminaria na Cabeça de Boi. Só que eu chego em uma manhã aqui, estava tudo interditado”, argumenta o microempresário Luiz Antônio Andreussi, de 57 anos, que conta que chegou a ter um prejuízo de 70% em suas vendas.

Sobre os problemas apresentados na via, a assessoria da Prefeitura informou que mandou os questionamentos sobre deficiências da via citadas na matéria à Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), porém até a publicação da matéria não obteve resposta.

 

Obra

A revitalização da Avenida Júlio de Castilho foi iniciada em 22 de agosto de 2011. Do montante da verba para as obras, 5% vieram do Pró-Transporte e 95% do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), totalizando R$ 18 milhões. Foram executados 13,6 km de calçadas com piso tátil; instalados 38 abrigos de ônibus; refeito o pavimento da via em toda a sua extensão (6,8 km); implantados 3,3 km de drenagem e recuperados 9,7 quilômetros de vias que servirão de alça. Foi feito o realinhamento do eixo da via; criação do canteiro central e nova iluminação pública.

Também foram instalados 18 semáforos na esquina da Júlio de Castilho com os seguintes locais: terminal Júlio de Castilho; ruas Tupinambás, Ricardo Franco, Presidente Vargas, Otávio Mangabeira, Nicola Vitcow, Miranda, Maria Splenger, Manoel Ferreira, Leônidas de Matos/Nioaque, Itatiaia/Arisoli Ribeiro, Rua dos Andradas/Crisântemos, Dolores, Brasil Central/Guaratinga, Aero Clube, Avenida Tamandaré/Bartolomeu Dias e Capibaribe/Tordesilhas.