XVI parada LGBT reuniu cerca de 7 mil pessoas

A XVI Parada LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) realizada na tarde deste sábado (14), em , contou com a participação de aproximadamente sete mil pessoas. O grupo que se reuniu na Praça Ary Coelho, no centro da Capital, caprichou na fantasia, com muitas cores e brilho, a fim de chamar a atenção da sociedade para o combate ao preconceito.

Durante o dia foram realizadas oficinas de cartazes, além disso, foram montadas bancas de projetos sociais como o CENTHRO (Centro de Referencia em Direitos Humanos de Prevenção em Combate a Homofobia), que distribuiu preservativos e realizou exames de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis).

Segundo a presidente da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), Cris Stefanny e coordenadora de Políticas Públicas LGBT, Cris Stefanny, neste ano, a Parada LGBT trouxe o tema “Direitos iguais: nem menos, nem mais; temos família e temos orgulho”.

 “A parada LGBT tem justamente o papel de chamar à sociedade para refletir sobre a negativa de direitos humanos. É um momento de reflexão para as políticas publicas. A causa passa por dias de treva que precisam ser refletidos. No Brasil temos múltiplas religiões que não aceitam o relacionamento homoafetivo. Não dá para aceitar o retrocesso no qual muitos são contra a família formada entre relacionamento de pessoas do mesmo sexo”, afirma.

Para evitar o preconceito, Veruska Desiree Vogue, de 35 anos, professora de artes plásticas afirma se dividir entre a vida profissional e pessoal. “Tenho duas vidas. Pela manhã sou como um menino e à noite me visto como menina. Tenho dois guarda-roupas”, brinca.

Com pérolas na cabeça e uma fantasia de R$ 300,00, Diego Siguiura, de 29 anos, diz que as roupas ajudam a chamar a atenção para o movimento. “Vim fantasiado para vestir a causa. Venho todos os anos. Gastei cerca de R$ 300 com a fantasia. Vejo a parada como um momento para a sociedade olhar para a causa LGBT”, destaca.

Ellen Rodrigues, de 18 anos, diz que o evento é importante para a conscientização da sociedade. “A parada é para mobilizar a população para respeitar a causa. A sociedade campo-grandense é muito atrasada, diferente de outras cidades do país”, afirma.

Ellen destaca ainda que o preconceito ainda é forte traz consequências à vida profissional de quem se assume como travesti.  “Não trabalho na noite porque gosto, mas porque o mercado de trabalho não aceita travestis. Muitas pessoas que vão à noite são as mesmas que criticam a causa LGBT. A mesma sociedade que critica, é quem mata a nossa fome”, frisa.

A Parada LGBT contou também com a presença de famílias que apoiam a causa. Nathália Souza de Oliveira, de 29 anos, trabalha como cuidadora de idosos. Nesta tarde, ela reuniu o marido e os filhos de 9 e 12 anos para assistir ao desfile.

“Gosto desse tipo de evento. Sou a favor da causa. Não tenho preconceito e venho na parada para mostrar que não podem ter preconceito de gênero. Acho que cada um tem de escolher o que quer. Meus filhos precisam ter noção disso”, ressalta.

O grupo saiu da Praça Ary Coelho, passou pelas ruas 14 de Julho, Cândido Mariano, 13 de junho e Barão do Rio Branco em direção da Praça do Rádio Clube, onde será realizado o show da diversidade.