Petrobras eleva em 24% seu plano de investimento, que vai a US$ 68 bilhões

Intenção da companhia de diversificar o portfólio para reduzir sua dependência

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A Petrobras anunciou na quarta-feira, 24, um aumento de US$ 13 bilhões, ou 24%, em seu plano de investimentos para os próximos cinco anos. O Plano Estratégico para o período de 2022-2026 prevê US$ 68 bilhões, com a maior parte dos recursos destinada ao pré-sal. Apesar disso, o plano trouxe, pela primeira vez, a intenção da companhia de diversificar o portfólio para reduzir sua dependência de fontes fósseis, priorizando negócios de energia e novos produtos.

Este é o primeiro plano sob comando do general Joaquim Silva e Luna, que assumiu em abril, em meio a debates sobre reajustes nos preços dos combustíveis – discussão que continua. Na gestão de Roberto Castello Branco, nos dois anos anteriores, a empresa cortou investimentos num contexto de queda do preço do petróleo. Em um passado mais distante, a Petrobras chegou a ter planos com investimento de US$ 236,7 bilhões, como no período de 2013-2017

Do total de investimentos do novo plano, US$ 57 bilhões serão voltados ao setor de exploração e produção, sendo a maior parte (67%) aplicada no pré-sal, que tem maior produtividade. Segundo a empresa, a produção do pré-sal deverá responder por 79% do total da companhia em 2026. Para o ano que vem, a meta de produção de petróleo e gás da Petrobras é de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia.

Dentro da estratégia de focar em ativos mais rentáveis e de maior retorno, a Petrobras prevê realizar desinvestimentos de US$ 15 bilhões a US$ 25 bilhões de 2022 a 2026, ante até US$ 35 bilhões do período anterior. Segundo a empresa, os desinvestimentos vão contribuir para a geração de caixa necessária para manter a dívida em patamar adequado nos próximos anos.

No terceiro trimestre de 2021, a Petrobras reportou dívida bruta de US$ 59,6 bilhões, batendo antecipadamente sua meta de 2022. Com isso, a métrica da dívida bruta foi excluída do plano de negócios da Petrobras. A Petrobras acrescentou que vai manter um limite de endividamento bruto de US$ 65 bilhões para os próximos anos que, se descumprido, terá influência sobre a remuneração de executivos.

CAMINHO

O direcionamento da maior parte dos investimentos da Petrobras para a área de exploração e produção vai na contramão das grandes petroleiras do mundo, que têm reduzido a produção de combustíveis fósseis e olham cada vez mais para projetos de energia limpa. A Petrobras, porém, busca tirar o máximo de proveito dos investimentos no pré-sal.

Apesar disso, a estatal buscou dar sinais de que quer trilhar um caminho sustentável para a transição energética, ponto cada vez mais cobrado pelo mercado. A empresa afirmou que avança na análise de novos negócios que possam reduzir a dependência das fontes fósseis, mas o plano não traz previsão de investimento em “diversificação rentável”.

Dentro dos investimentos, US$ 1,8 bilhão será destinado a iniciativas de descarbonização, com destaque para sistemas de detecção de metano, separação de CO2 e redução de carbono nas refinarias. No plano estratégico anterior, a agenda ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) já fazia parte da remuneração dos funcionários.

 

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