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Brasil

Vacinação contra coronavírus deve começar até 19 de março no Brasil, diz Fiocruz

Resultados preliminares dos estudos clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca aumentam as esperanças mundiais no enfrentamento da covid-19. O imunizante, que está na fase 3, mostrou eficácia de 90% com a administração de meia dose, numa primeira etapa, e de uma dose completa, na segunda. Ou seja, pelo levantamento, não são necessá...
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Resultados preliminares dos estudos clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca aumentam as esperanças mundiais no enfrentamento da covid-19. O imunizante, que está na fase 3, mostrou eficácia de 90% com a administração de meia dose, numa primeira etapa, e de uma dose completa, na segunda. Ou seja, pelo levantamento, não são necessárias duas doses completas para cada indivíduo, como se avaliava inicialmente.

Isso significa que um maior número de pessoas poderá ser vacinada com uma quantidade menor do imunizante. A descoberta fez a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produzirá as doses no Brasil, prever a vacinação de 136,5 milhões de pessoas em 2021. Ainda falta a liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a intenção é de que as doses comecem a ser aplicadas até março.

A estimativa é 30% maior do que a prevista anteriormente pela Fiocruz. “No primeiro semestre, teríamos 100,4 milhões de doses para oferecer a 50,2 milhões de brasileiros. No entanto, com esse protocolo anunciado, as mesmas 100,4 milhões de doses poderão ser utilizadas na vacinação de cerca de 65 milhões de pessoas”, indicou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger. “No segundo semestre, com a produção 100% nacional na Fiocruz e mais 110 milhões de doses, poderemos vacinar mais 71,5 milhões de pessoas. Isso coloca o país numa posição privilegiada entre as nações que terão um grande número de doses para as suas populações.”

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, comemorou a mudança prevista no esquema vacinal que beneficiará mais pessoas. “Essa vacina deixa de ser uma candidata promissora para ser uma vacina que será produzida pela Fiocruz e uma resposta à saúde pública brasileira”, destacou.
A Fiocruz assinou um acordo de transferência total de tecnologia com a Universidade de Oxford e com a AstraZeneca para produção do imunizante no Brasil, que será feita pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).
O processo de transferência tecnológica da vacina deve ocorrer em duas etapas. No primeiro momento, o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), que é a matéria-prima da vacina, será enviado pela AstraZeneca ao Brasil para que as primeiras doses do imunizante sejam preparadas e comecem a ser distribuídas, em março. Num segundo momento, a partir do meio do ano, após ter a incorporação tecnológica concluída, o Bio-Manguinhos será capaz de produzir o IFA de maneira independente.
Segundo o diretor do Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, o preço da vacina de Oxford é uma das vantagens. “Estamos trabalhando dentro do cronograma previsto, com uma expectativa de produção de 210,4 milhões de doses em 2021, com um valor por dose extremamente acessível, entre US$ 3 e US$ 4 (cerca de R$ 16 a R$ 22) e uma vacina que pode ser armazenada e transportada na temperatura de 2°C e 8°C, podendo ser distribuída e armazenada utilizando toda a logística já existente no Programa Nacional de Imunizações (PNI)”, enfatizou. Numa comparação, a vacina da Pfizer, por exemplo, precisa ficar a uma temperatura de -70°C, o que seria um problema para o Brasil, que não tem esse tipo de logística de armazenamento.

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