No Brasil, 2 milhões de pessoas já se recuperaram da covid-19, diz ministério
O Ministério da Saúde informou na noite desta quarta-feira, 5, que o Brasil já tem mais de 2 milhões de pessoas recuperadas pela covid-19. O número representa 70,7% dos casos contabilizados desde o início da pandemia no País. Segundo a pasta, nas últimas 24 horas foram registradas 1.437 mortes e 57 152 novos casos de […]
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O Ministério da Saúde informou na noite desta quarta-feira, 5, que o Brasil já tem mais de 2 milhões de pessoas recuperadas pela covid-19. O número representa 70,7% dos casos contabilizados desde o início da pandemia no País. Segundo a pasta, nas últimas 24 horas foram registradas 1.437 mortes e 57 152 novos casos de coronavírus. Ao todo, o País tem 97.256 mortes e 2.859.073 casos confirmados de covid-19, de acordo com o Ministério.
O número de recuperados é calculado da seguinte maneira: do total de casos confirmados em todo o país são excluídos os mortos, os hospitalizados e os que tiveram teste positivo, mas não morreram nem foram internados nos 14 dias anteriores.
Especialistas e pacientes ouvidos pelo Estadão relatam que, entre os recuperados há pessoas que ainda têm o vírus, apresentam sintomas ou ficaram com sequelas.
O pneumologista do hospital alemão Oswaldo Cruz Gustavo Prado explica que é possível que os pacientes que receberam alta hospitalar, ou alta das unidades de saúde depois de uma primeira avaliação que não implicou na necessidade de hospitalização, permaneçam com sintomas prolongados.
O especialista também citou o estudo realizado na Itália e publicado pela revista médica JAMA Network Open, que mostra que independentemente da gravidade, mais da metade dos pacientes que foram hospitalizados e receberam alta continuam com sintomas de fadiga e dores nas articulações.
“A internação prolongada também expõe esses pacientes ao risco de complicações comuns nesse subgrupo de pacientes graves hospitalizados, como infecções e distúrbios metabólicos. Então uma boa parcela desses pacientes podem apresentar, depois de uma permanência prolongada na UTI, alterações diversas, que podem ser cansaços aos esforços, fadiga, perda de força muscular, alteração de memória, de humor, ansiedade.”
Em recente entrevista ao Estadão, Marcelo Sampaio, cardiologista da Beneficência Portuguesa (BP) de São Paulo, também explicou sobre o processo de recuperação de quem teve covid-19. “O grande problema desses números é que, como só testamos quem procurou serviço médico, quem foi para o hospital, quando falamos em recuperados, estamos falando de quem teve alta hospitalar. Não significa alta médica. Os leitos precisam girar. Então às vezes o paciente sai ainda com algum sintoma, alguma queixa. Não estão aptos a voltar para o trabalho, voltar a fazer atividade física. São recuperados só da fase aguda da doença, mas é um processo gradual”, afirma.
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