Diminuição de casos dificulta desenvolvimento de vacina contra dengue
A diminuição do número de casos de dengue no Brasil tem dificultado o desenvolvimento da vacina contra a doença. Com menos infectados, a circulação do vírus na população é menor, o que está afetando a terceira e última fase do estudo clínico da vacina. O problema ocorre principalmente entre as crianças de 2 a 6 […]
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A diminuição do número de casos de dengue no Brasil tem dificultado o desenvolvimento da vacina contra a doença. Com menos infectados, a circulação do vírus na população é menor, o que está afetando a terceira e última fase do estudo clínico da vacina. O problema ocorre principalmente entre as crianças de 2 a 6 anos, a faixa etária mais difícil de ser recrutada para os testes.
“A dificuldade de recrutamento nessa faixa etária se deve ao fato de que é preciso a autorização dos pais para participação dessas crianças como voluntárias, e sempre há uma preocupação deles em autorizar”, explicou o diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, Alexander Precioso. “Mas já temos um grande número de crianças nessa faixa etária vacinada e acreditamos que em alguns meses devemos conseguir obter um número mínimo de voluntários”, acrescentou.
Segundo o Butantan, a terceira fase do estudo clínico começou em 2016 e está sendo realizada em 14 centros de pesquisa clínica, distribuídos em cinco regiões do país, e envolverá, até o seu final, 17 mil voluntários. Até o momento, 15,5 mil já foram recrutados.
Após receber a vacina, os voluntários são acompanhados por cinco anos para comprovar a eficácia da vacina. A estimativa para conclusão do desenvolvimento da vacina, iniciado há cerca de dez anos, é de seis a 15 anos. “O tempo clássico para o desenvolvimento de uma vacina é habitualmente de seis a 15 anos, sendo muito mais próximo dos 15 anos. Entre 12 e 15 anos é o período considerado mais recorrente para o desenvolvimento de novas vacinas”, disse Precioso.
Segundo o Butantan, a vacina desenvolvida pelo Instituto é uma aposta da saúde em nível mundial, já que deverá prevenir os quatro subtipos do vírus da dengue, poderá ser indicada para pessoas de dois a 59 anos e deve funcionar também para pessoas que não tiveram a doença anteriormente. A vacina está na terceira fase do estudo clínico, sendo testada em humanos.
Assim que concluída essa fase, e após o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina poderá ser disponibilizada à população.
A vacina do Butantan age contra os quatro vírus da dengue e é liofilizada (em pó), podendo ser diluída e também conservada em refrigeradores. “Até o momento, todos os dados coletados tanto na fase dois como na três têm confirmado a segurança da vacina, que tem causado pouquíssimas reações adversas, semelhantes às de outras vacinas”, disse Precioso. “Os resultados preliminares também têm mostrado que, com apenas uma dose, a vacina é capaz de estimular o sistema imunológico dos vacinados de forma que seja possível protegê-los contra os quatro tipos da dengue”.
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