Após crítica, Ciro altera plano sobre negociação de dívidas

O candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, anunciou nesta terça-feira (14) que decidiu fazer uma alteração na proposta de tirar o nome de brasileiros da lista de devedores do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Segundo o candidato, se ele for eleito, só serão avaliadas as dívidas feitas até o dia 20 de […]

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O candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, anunciou nesta terça-feira (14) que decidiu fazer uma alteração na proposta de tirar o nome de brasileiros da lista de devedores do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).

Segundo o candidato, se ele for eleito, só serão avaliadas as dívidas feitas até o dia 20 de julho deste ano, quando ele abordou pela primeira vez a intenção de renegociar a dívida dos cidadãos inadimplentes, descontando, por exemplo, multas e correção.

De acordo com o candidato, a alteração deveu-se à crítica recebida por ele de que pessoas poderiam fazer novas dívidas propositalmente com a expectativa de uma renegociação.

“Essa crítica me chamou a atenção de que não deve valer para a frente para não estimular ninguém a fazer crédito e depois não pagar de propósito”, disse.

A Folha de S.Paulo mostrou nesta terça (14) que especialistas na área veem com desconfiança o plano de Ciro, por ser vago demais.

Um deles, o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito, disse à reportagem que, se Ciro não detalhasse a proposta e a deixasse aberta demais, poderia “sinalizar errado” para a sociedade “de que é só sair gastando que vai ser perdoado depois”.

O candidato do PDT acusou candidatos adversários de copiarem as suas propostas e rebateu a análise feita pelos especialistas e economistas consultados pela Folha de S.Paulo.

“Você acha mesmo que eu faria uma proposta que não tenha sido detalhadamente estudada? O problema é que meus adversários estão imitando tudo e eu quero que as pessoas discutam [as propostas]. A crítica para mim não é ruim, é bem-vinda”, disse.

O plano apresentado até agora por Ciro prevê tirar juros sobre juros das dívidas e depois afrouxar os compulsórios para que os bancos refinanciem o restante do débito para os inadimplentes, que são 63,4 milhões de brasileiros, 42% da população adulta.

O candidato participou nesta terça de seminário com os presidenciáveis promovido pela Unecs (União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços), em Brasília.

“Tudo o que eu falo agora os meus adversários estão copiando. É uma coisa boa porque as boas ideias devem ser de todos, mas é muito chato na medida que você ainda não ganhou a eleição. O PT chegou a copiar frase e nome. Já não chega ter tido 13 anos para fazer e não ter feito”, criticou.

Ele afirmou ainda que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, copiou dele a promessa de zerar o déficit público nos dois primeiros meses.

Na apresentação, Ciro defendeu o combate à corrupção e classificou o presidencialismo de coalizão como uma “roubalheira” que torna o presidente um “testa de ferro”.

Sobre o combate à violência, ele defendeu a federalização de crimes relacionados ao narcotráfico e a facções criminosas, “da origem da investigação até a segregação penitenciária”.

“Todo o comando do PCC (Primeiro Comando da Capital) está nos presídios de São Paulo, porque fizeram acordo. Eu assumindo, vai todo mundo para penitenciária federal, cela solitária e incomunicável”, disse.

O presidenciável do PDT também respondeu à cobrança pública feita pelo candidato a vice-presidente do PT, Fernando Haddad, e disse ser contra sua presença nos debates televisivos.

Segundo ele, o candidato do partido é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não faz sentido que um substituto compareça ao confronto eleitoral.

Por essa lógica, segundo ele, Jair Bolsonaro, do PSL, poderia ser trocado pelo seu candidato a vice-presidente, o general Hamilton Mourão.

“Eu acho que não [deve participar]. Quem é o candidato a presidente do PT? É o Lula. Por que o Haddad vai para os debates? Isso depende de mim? Então, o Bolsonaro pode mandar Mourão”, ressaltou o candidato pedetista.

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