Ex-ministro disse que Brasil está ‘entregue aos conservadores'

O ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), , declarou em sua conta no Twitter que não assistiu à sessão que decretou de Dilma Rousseff (PT), na última quarta-feira (31). Na rede social, Barbosa chamou processo de “tabajara” e “patético”.

“Eu não acompanhei nada desse patético espetáculo que foi o ‘impeachment tabajara' de Dilma Roussef. Não quis perder tempo”, escreveu Barbosa, que conduziu o julgamento de membros do PT durante o escândalo do “Mensalão” e já havia se posicionado contra o impeachment anteriormente.

“Mais patética ainda foi a primeira entrevista do novo presidente do Brasil, . Explico”, prosseguiu. “O homem parece acreditar piamente que terá o respeito e a estima dos brasileiros pelo fato de agora ser presidente. Engana-se.”

Ele criticou, ainda, o que chama de ‘conservadorismo' dos parlamentares que apoiaram o afastamento definitivo de Dilma. “É tão vergonhoso. De repente as forças conservadoras levaram o Brasil. Tomaram tudo!”.

Sobre o presidente empossado Michel Temer (PMDB), afirma que “a Presidência da República está nas mãos de um homem conservador, ultrapassado, desconectado do país” e que “o Congresso, idem”.

Barbosa também criticou os principais veículos da imprensa e a cobertura jornalística do processo. “E a imprensa, a mídia? Sem discrepância! O conservadorismo é a regra!”, escreveu. “Eles estão conduzindo a mídia, inclusive as televisões”, disse em outro tweet.

Ele também criticou as pessoas que relacionam o STF ao processo. Segundo ele, alguns têm “jogado a responsabilidade” pelo impeachment sobre o Supremo. “Os políticos conspiram, fazem suas mutretas, praticam as suas traições habituais, manipulam escancaradamente. Mas a responsabilidade perante a Nação é do STF, que ‘avalizou', que ‘convalidou' todo o processo! Tenha paciência!”.

Mais tarde, indagou a legitimidade do governo Temer. “Mas sabem de uma coisa? Eles não têm votos. Apenas esperem alguns anos”. Depois, em francês, voltou a se referir ao novo presidente: “ele pensa que ‘um golpe jurídico de varinha mágica' vai lhe dar legitimidade. Coitado!”, concluiu.