Após críticas, Cunha recuará de passagem para cônjuge de deputado
Uma das medidas em estudo é que o benefício não será mais regra, mas, sim, exceção
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Uma das medidas em estudo é que o benefício não será mais regra, mas, sim, exceção
Após a repercussão negativa, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve anunciar nesta terça-feira (3) o recuo do benefício aprovado pelo comando da Casa que permite passagens para cônjuges de parlamentares.
O peemedebista convocou uma reunião às 11h desta terça-feira com a Mesa Diretora, que aprovou a medida, para discutir os termos do recuo.
Segundo a reportagem apurou, uma das medidas em estudo é que o benefício não será mais regra, mas, sim, exceção. Assim, os parlamentares terão de requerer a passagem à Mesa, que decidirá caso a caso.
O comando da Câmara aprovou na última quarta-feira (25) um pacote de reajuste para benefícios dos deputados que terá um impacto anual de R$ 150,3 milhões nos cofres da Casa.
Os cônjuges dos deputados foram autorizados a usar passagens em viagens do Estado de origem a Brasília.
O recuo ocorre após a repercussão negativa da medida. Na semana passada, as bancadas do PSDB e do PPS na Câmara anunciaram que irão abrir mão do novo benefício. O impacto anual nos cofres da Casa será de R$ 150,3 milhões.
Abaixo assinado
Um abaixo-assinado organizado na internet contra a possibilidade de deputados federais usarem recursos do “cotão” para pagar passagens aéreas aos maridos e mulheres já possui cerca de 135 mil assinaturas.
O abaixo-assinado foi organizado pelo site Avaaz de petições online. O texto da petição chama de “abuso” o benefício e diz que os salários dos deputados já são suficientes para pagar as passagens aéreas dos cônjuges.
“Se agirmos rápido e fizermos barulho contra esta medida, podemos envergonhar os deputados e fazê-los reverter a decisão, garantindo que nosso dinheiro vá para hospitais ou escolas. Alguns deputados já se pronunciaram contra o aumento -isso significa que podemos vencer!”, diz o texto do abaixo-assinado.
Nesta segunda (2), a bancada do PT na Câmara decidiu aderir ao movimento contra a chamada “bolsa esposa” -ou “transpatroa” como apelidaram alguns congressistas. Os petistas reforçam a articulação que conta com a participação de PSDB, PPS e PSOL contra a regalia. Com os 65 deputados do PT, agora, o grupo tem 135 congressistas que se comprometeram a não utilizar o benefício.
A bancada do PcdoB, com 13 deputados, informou que também abriu mão na semana passada do uso das passagens para cônjuges. Segundo os parlamentares, a autorização ”confronta a essência” do uso da verba, que deve ser, exclusivamente, para gastos relacionados à atividade parlamentar.
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