As motos têm ganhado cada vez mais espaço no cenário de mobilidade no Brasil. Em setembro, em um terço das cidades brasileiras havia predominância das motos, com mais registros do que outros veículos. Nos últimos 20 anos, as motos ganharam espaço na garagem e passaram de 16% a 27% da frota nacional. Em números absolutos, as motos mais do que triplicaram: eram 35,3 milhões em 2003 e chegaram a 117,6 milhões em 2023. Entre os motivos para a compra de motos estão o aumento da renda das classes mais baixas aliado ao desaparecimento dos carros mais baratos e populares.

Em não teve o mesmo crescimento, o veículo mais comum é o automóvel. Nas principais cidades do Estado o maior predomínio continua sendo de carros, como, por exemplo, em em que 62,6% dos veículos são carros, seguido de Dourados (58,67%), Corumbá (58,22%), (55,87%), e na região do norte do Estado em (47%).     

Segundo dados da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) de setembro de 2023, em 1.903 cidades, a moto é o veículo mais registrado. Em 3.665, o carro fica no topo da lista. Com isso, a proporção de motos no total da frota brasileira saltou de 16% para 27%. 

As motos são ainda mais populares no Norte do país. Na região, 8 em cada 10 cidades têm mais motos registradas do que carros ou qualquer outro veículo. No Nordeste, 7 em cada 10 motos. 

Explosão de motos desde 2003

O número de motos registradas no Brasil cresceu mais de 5 vezes nos últimos 20 anos: de 5,7 milhões de veículos em 2003, saltou para 21,9 milhões em 2013 e para 32,3 milhões em 2023 (até setembro). 

A quantidade de carros também subiu, mas em um ritmo menor. De 26,6 milhões para 76,3 milhões – quase triplicou, portanto. Essa diferença fez com que as motos passassem de 16% da frota de veículos automotores (em 2003) para quase 28% (em 2023).

Em números absolutos, porém, o Brasil continua a ter mais carros do que motos: 64% da frota brasileira ainda é de quatro rodas. 

Três fatores estão por trás do aumento da proporção de motos na frota brasileira 

Comprar moto sai mais barato, o aumento da renda nas últimas décadas criou o contexto ideal para a compra de motos. O preço dos carros subiu e o carro popular “sumiu” do mercado. Plataformas digitais, aplicativos de entrega também são citados como um dos responsáveis pelo atual cenário. 

Principalmente durante e após a pandemia [de Covid-19], um aumento significativo do licenciamento de motos, principalmente devido aos serviços de logística e entregas de comida e pequenos objetos.

(Rafael Dias)