A Volkswagen antecipou na noite desta quarta-feira (26) suas principais atrações no Salão de Paris. O destaque ficou com a sétima geração do Golf, modelo campeão de vendas na Europa, e especificamente a sua variação BlueMotion, voltada à economia e às baixas emissões de poluentes e gases estufa. A promessa dela é percorrer mais de 30 km com um único litro de combustível.

Visualmente, a gama Golf mudou pouco em relação à sexta geração. A dianteira teve alterações sutis e a traseira ganhou robustez, parecendo mais alta devido ao afilamento das lanternas — as quais trazem os grafismos “ponto-e-vírgula” adotados na linguagem visual da Volks (o conjunto óptico dianteiro ganhou formas retilíneas sob as lentes).

Não há posição oficial da Volks sobre uma eventual chegada da nova geração do hatch médio ao Brasil — discute-se até o possível local de fabricação (Brasil, México, Argentina). Mas é certo que uma empresa global como a Volkswagen tem de dar um jeito no carro defasado vendido em nosso país.

POSTO ZERO

Quando chegar às lojas da Europa, o Golf BlueMotion, ainda um conceito (as vendas começam em meados de 2013), se destacará principalmente pela grade fontal mais fechada — outros detalhes de estilo podem mudar quando o carro entrar em produção. Mas o que interessa mesmo em sua proposta é a meta de rodar 31,25 km com apenas um litro de combustível. No caso, de diesel, que na Europa é liberado para carros de passeio.

Trata-se de uma economia de combustível 15% maior que a da geração anterior da versão, de 2009 (o primeiro Golf BlueMotion é de 2007).

O tanque de 50 litros do modelo, sempre segundo dados da Volks, garantiria uma autonomia quase surreal de 1.562 km com um único abastecimento. Numa Europa com excelentes redes de transporte público, o motorista médio percorre 15 mil km anuais. Com o Golf BlueMotion, ele iria ao posto apenas dez vezes por ano.

Claro, são números oficiais e obtidos em condições favoráveis. Para chegar a eles, o Golf BlueMotion conta com um propulsor de 1,6 litro com turbocompressor e injeção direta de diesel, capaz de gerar cerca de 25 kgfm a 1.500 rpm. O carro de produção também deve sair da fábrica 63 kg mais magro que o atual. Sistema start/stop (desliga o motor nas paradas), pneus de baixo atrito e alta pressão, relações de marcha alongadas e detalhes externos aerodinâmicos compõem o pacote de economia do modelo.