Duas operações foram relizadas em 48 horas na cidade

Uma ação da prefeita (PR) executada logo no início de seu mandato à frente da Prefeitura de tornou o município – distante 228 quilômetros de Campo Grande – referência estadual em captação de órgãos para transplante. Desde janeiro, houve três operações bem sucedidas, duas delas nas 48 horas entre sexta-feira (10) e domingo (12).

“É a vida pela vida. A pessoa que doa órgãos salva mais de uma vida. Nesse caso, serão quatro pessoas”, afirmou o médico Renato Vidigal, secretário municipal de Saúde, em referência ao caso mais recente, ocorrido ontem. Ele lembrou, porém, que para a captação ser realizada é necessário que o doador manifeste esse desejo aos familiares em vida.

Na madrugada de ontem, às 2h50, um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) pousou no Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira transportando médicos da Central Nacional de Transplantes vindos de São Paulo. Os profissionais fizeram a captação de órgãos doados por Edileusa Alves da Cruz, moradora na cidade que morreu no Hospital da Vida aos 52 anos, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

A doadora estava internada no HV (Hospital da Vida), maior unidade hospitalar de portas abertas para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) de toda Grande Dourados, uma região composta por 35 municípios e população estimada em 800 mil habitantes. O fígado foi levado para transplante em paciente de Rio Branco, capital do Acre. Um dos rins para Santa Catarina e o outro para Campo Grande, que também foi o destino das córneas.

Essa foi a segunda captação de órgãos num intervalo de 48 horas na maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul. Na sexta-feira (10), equipe médica vinda de Brasília desembarcou em Dourados para captação de órgãos doados por Jandira Gonçalves Silva Martins, de 39 anos, moradora em Antônio João que deu entrada no Hospital da Vida no dia 4 deste mês e faleceu vítima de um AVC na quarta-feira (8). Desta doadora, as córneas foram levadas para Campo Grande, um rim para Pernambuco e o outro para São Paulo, e o fígado teve como destino paciente em Brasília.

Antes disso, no dia 11 de janeiro deste ano, havia ocorrido a captação dos órgãos de Roberto Aparecido Ramos, agente da Guarda Municipal de Dourados que teve morte cerebral confirmada no dia 9 daquele mês. O fígado do doador foi levado para o Acre, as córneas para Campo Grande, e os rins para São Paulo.

Conforme o secretário municipal de Saúde, esses três casos bem sucedidos de captação de órgãos para transplante tornam Dourados referência estadual nesse tipo de procedimento. “Já estamos na frente de Campo Grande”, ressalta.

Vidigal lembra que ainda no dia 2 de janeiro deu ordem, com aval da prefeita Délia Razuk, para criação da Comissão Intra-Hospitalar de e Tecidos para Transplantes no Hospital da Vida, algo que não existia até 2016.

“Essa comissão é responsável pelo trabalho de abordagem, pesquisa, investigação de morte encefálica, que é a morte cerebral. O Hospital da Vida, por ser um hospital de trauma, de urgência, é onde vão chegar os potenciais doadores, aquela pessoa que pode sim ter chances de doar os órgãos”, explica. Segundo o médico, com essa comissão formada passaram a ser investigados casos de potenciais doadores, com a realização de exames rápidos e urgentes.