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Aristóteles Drummond

A simplificação, com a desburocratização no setor do turismo, ainda não se faz sentir no governo federal. Muitas medidas dependem apenas da BIC presidencial; outras, da coordenação e da articulação com o setor privado nacional e internacional.

A extinção da ridícula exigência do visto para americanos, canadenses e japoneses foi um tento positivo e deveu-se a uma decisão pessoal do presidente. Mas, para facilitar a vida do turista e nos colocar em pé de igualdade com polos turísticos importantes, faltam medidas de muita simplicidade e fácil execução.

É preciso criar, nos aeroportos, uma faixa prioritária no controle de passaportes e bagagens de mão e normas de segurança, para os passageiros de Executiva ou portadores de cartões especiais das empresas aéreas. Prática usual na Europa. E, claro, treinar o pessoal de maneira adequada. No comércio, instituir o “tax free”, também usual nos países adiantados, com sucesso. O aumento do limite de compras nos free shops dos aeroportos, onde o mesmo  vigora há mais de 30 anos, já está na pauta do governo. Inacreditável como nosso país reluta tanto em práticas consagradas em todo mundo.

A Embratur, responsável pela propaganda do nosso turismo no exterior, deveria criar pacotes de publicidade sempre em parceria com empresas aéreas, nacionais estrangeiras, e agências de viagens relevantes. O mercado mundial é majoritariamente impulsionado por pacotestipo transporte mais habitação, promover  estas parcerias com operadoras de grande porte. Além de marcar presença nos canais noticiosos, como CNN, FOX, Bloomberg e outros.

A rede hoteleira, que buscou recursos na Caixa Econômica ou BNDES para a Copa e os jogos Olímpicos, anda em dificuldades. Muitos hotéis, inclusive, estão em transformação para uso residencial ou comercial, quando poderiam ter seus débitos renegociados. O setor precisa ser mais competitivo no mercado internacional.

Também se faz necessária uma orientação oficial para que o SENAC aumente o treinamento de empregados no setor do turismo – hotéis, restaurantes, locadoras de veículos etc. –, em inglês, francês e espanhol, pelo menos. Uma vergonha a qualidade de nosso pessoal no conhecimento dos idiomas mais falados pelos turistas.

Embora não seja determinante em relação ao mercado do setor, o jogo complementa a oferta no entretenimento, mesmo que nos bingos e nas máquinas nos clubes dedicados ao turfe. O projeto está pronto no Congresso para ser votado. E estimular a presença dos grandes navios de cruzeiros, que já foi bem maior, depende apenas de remover entraves burocráticos, para garantir continuidade aos bons resultados, como promete ser o próximo verão.

O turismo é empregador, capta divisas, movimenta o comércio, o entretenimento. Nada justifica os entraves.

E, por último, mas não menos importante, é preciso ouvir quem conhece o setor, como Roberto Medina, Bayard Boiteux, Claudio Magnavita, Alfredo Lopes, Sávio Neves, Erica Drumond, entre outros.

 

*Articulista e Escritor.