Com o aumento da tarifa de ônibus de R$ 2,70 para R$ 2,99, na próxima quarta-feira (12)

Com o aumento da tarifa de ônibus de R$ 2,70 para R$ 2,99, na próxima quarta-feira (12), usuários do transporte coletivo da Capital questionam se vai ser dado o troco de 1 centavo, principalmente para quem usa o cartão unitário.

Segundo o Consórcio Guaicurus, formado pelas empresas responsáveis pelo transporte coletivo em Campo Grande, atualmente uma média de 210 mil passagens são vendidas por dia. Se todos os usuários ficarem sem seus trocos, as empresas podem lucrar R$ 2.100 por dia, isso representa R$ 65.100 por mês.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax foi às ruas e encontrou muita gente dizendo não abrir mão do valor, ainda que pequeno.

A autônoma Venira Maria Bispo, de 60 anos, diz que não vai deixar, literalmente, nenhum centavo para os outros. “Não deixo meu dinheiro com o poder público, nem mesmo para as empresas, vai virar uma guerra. Acho que deveria continuar com o mesmo valor, pois conheço muita gente que pensa como eu”, acentua.

Segundo a cozinheira Rosalina Souza da Silva, de 56 anos, o troco é um direito do cidadão e não importa que a quantia seja pouca. “É lógico que vou pedir meu dinheiro, faço questão das moedinhas. Eles deveriam ter pensado nisso”, diz.

A comerciante Leonina Santos, de 40 anos, também acha que o usuário tem o direito de receber troco. “Isso vai dar confusão, pois ninguém tem moedas de 1 centavo. Nunca mais vi essas moedinhas”, conta.

Nesse sentido, Evangelista Taveira Silva, de 71 anos, que vende cartão unitário, reforça que a negativa do troco vai dar confusão. “Eles (poder público) não esquecem de cobrar, mas esquecem dos direitos do usuários, vou ter que arredondar, troco é complicado, não tem moedas”, frisa.

Prefeitura minimiza

O prefeito Gilmar Olarte, minimizou, nesta segunda-feira (10) pela manhã, a falta do troco de 1 centavo. “A maioria dos usuários usa um cartão com crédito suficiente para o mês todo. Só a minoria usa o cartão unitário”, pondera.

Empresas de ônibus

A assessoria de imprensa do Consórcio Guaicurus reconhece que será um problema dar troco de 1 centavo para todos os usuários. Segundo o consórcio, não há mais moedas com esse valor na praça.

Por onde andam as moedas?

De acordo com o BC (Banco Central), são mais de 1,2 bilhão de unidades dessas moedas em todo Brasil. Isso corresponde a um valor superior a R$ 12 milhões. O BC informou, também, que mesmo em desuso, não há previsão para que as moedas sejam retiradas do mercado.