Diego Cavalcante, suspeito de ser operador financeiro de lobista investigado por venda de sentença com desdobramentos em Mato Grosso do Sul, se entregou à Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (15). Ele teve a prisão preventiva decretada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeitas de destruição de provas e obstrução de Justiça.
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De acordo com informações do Portal Uol, outro alvo de prisão foi detido na última quarta-feira (14). A Polícia Federal apreendeu dois veículos da marca Porsche na residência de Diego Cavalcante na terça-feira (13).
Ele é investigado por ter recebido R$ 6,5 milhões da empresa Florais Transportes, pertencente ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves. Após as transferências, Cavalcante teria sacado cerca de R$ 3,3 milhões em dinheiro vivo.
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Andreson de Oliveira Gonçalves é investigado acusado de intermediar venda de decisões no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e em tribunais estaduais como em MT e MS. O empresário foi preso em novembro do ano passado por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Cristiano Zanin, em operação desdobramento da Ultima Ratio, que afastou cinco desembargadores no TJMS — um deles, Sérgio Fernandes Martins, voltou para as funções em dezembro.
Cavalcante é suspeito de ser um dos operadores financeiros usados por Gonçalves para pagamento de propina a agentes públicos. A defesa afirma que ele é inocente.
Operação que prendeu lobista é desdobramento de ação em MS

A operação Sisamnes é desdobramento da Operação Ultima Ratio, que afastou cinco desembargadores de MS por suspeita de venda de sentenças.
Equipes cumpriram mandados nas casas dos desembargadores do MT, Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho. Os dois já estavam afastados desde agosto por decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Foram afastados dos cargos: Sérgio Fernandes Martins — que foi autorizado a voltar às funções desde 10 de dezembro —, além dos desembargadores Vladmir Abreu, Sideni Pimentel, Alexandre Aguiar Bastos e Marcos José de Brito Rodrigues. Além deles, o ministro também determinou afastamento do conselheiro Osmar Jeronymo, do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de MS).
Dessa forma, Andreson é apontado como intermediador de venda de sentenças. Relatório da investigação da PF mostrou laços que o lobista mantinha com o advogado Felix Jayme Nunes da Cunha, também investigado.
Em nota, a PF diz que investiga também “negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais”.
Conforme as investigações, Andreson tinha acesso privilegiado a decisões antecipadas de ministros do STJ. Assim, vendia sua influência para garantir decisões favoráveis a advogados.
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Lobista e ligação suspeita com advogado de Campo Grande
Em uma das conversas interceptadas entre Andreson e Félix, a investigação flagrou suposta negociação de decisão no STJ: “Mais (sic) falo que a pessoa só tinha 290 mil para pagar. Isso aqui é café”.
Dessa forma, a PF conclui que “Salvo melhor juízo, as frases proferidas levam a crer que ANDRESON estaria insinuando que a quantia de R$ 290.000,00 seria considerada irrisória para o pagamento de propina”, segundo trecho do documento.
Despacho assinado pelo ministro do STJ, Francisco Falcão, baseado nas investigações da PF, indica que Felix recebeu, em 2017, R$ 1,1 milhão da empresa Florais Transporte, cujo proprietário é Andreson de Oliveira Gonçalves.
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