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Transparência

Presos com Claudinho Serra por corrupção depõem ao longo da semana e defesa já fala em acordo

Interrogatórios dos 8 presos começam nesta semana
Renata Portela - Publicado em
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Equipes durante cumprimento de mandado (Divulgação, MPMS)

Estão marcados para esta semana os depoimentos dos 8 alvos da terceira fase da Operação Tromper, presos preventivamente. O grupo é investigado por crimes de corrupção e fraudes em licitações em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, cidade comandada pela prefeita Vanda Camilo (PP), sogra do vereador Claudinho Serra (PSDB) que está preso apontado como líder da organização criminosa.

A princípio, os depoimentos acontecem no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande. Claudinho Serra (PSDB) deve prestar depoimento na quarta-feira (10). O Midiamax tenta contato com a defesa desde a operação, até o momento sem retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

Já na terça-feira (9), presta depoimento a ex-servidora de Sidrolândia, então pregoeira, Ana Cláudia Flores. O advogado David Olindo afirmou que deve ser intimado novamente, já que o depoimento seria em Sidrolândia. No entanto, como Ana está no presídio em Campo Grande, deve prestar depoimento na Capital.

Além disso, o advogado relatou que pretende conversar com ela sobre um possível acordo com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Ele também afirmou que a Prefeitura de Sidrolândia instaurou um processo administrativo para apurar a conduta de Ana no cargo que atuava.

Porém, ela era concursada como assistente administrativa. Apesar disso ela foi realocada para atuar como pregoeira. “Vou cuidar do que pode ser melhor para a Ana Cláudia”, declarou o advogado.

Na quarta-feira (10), deve prestar depoimento Ueverton Macedo, o ‘Frescura’. Ueverton foi alvo da segunda fase da Operação Tromper, em julho de 2023. Ele acabou solto após pedido de liberdade e agora voltou a ser preso na terceira fase, no dia 3 de março.

No mesmo dia, será ouvido Marcus Vinícius Rossetini de Andrade Costa, ex-chefe de licitações de Sidrolândia. O advogado Marcos Ivan já entrou com pedido de liberdade, que deve ser reforçado na audiência.

“São provas colhidas ‘pós invasão pelo Gaeco’ para a construção das provas. Ou seja, eram meros indícios contra o alvo da operação que resultou indiferente as condições dos demais a um cárcere desproporcional e desnecessário”, afirma o advogado.

Também estão presos Carmo Name Júnior, que atuava como assessor parlamentar de Claudinho Serra, como terceirizado, e o empresário Ricardo José Rocamora, que ficou foragido por meses desde a segunda fase da Operação Tromper.

Ainda o advogado Milton Matheus Paiva Matos, de Sidrolândia, que também foi alvo da segunda fase da operação, e Thiago Rodrigues Alves, ex-servidor estadual ligado a Claudinho e também a empresas investigadas.

Terceira fase da operação

Esta é a terceira fase da Operação Tromper, que apura os crimes de corrupção e de fraudes em licitações em Sidrolândia. Desta vez, foi preso o vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB), apontado como líder da organização criminosa pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

Conforme o procedimento de investigação, as licitações eram fraudadas por meio do então secretário de fazenda de Sidrolândia, Claudinho Serra. Para isso, integravam o grupo outros servidores do município, além de empresários que eram os vencedores das licitações.

A partir daí, no decorrer da execução dos contratos, eram realizados empenhos visando apenas o desvio de dinheiro. Ou seja, o pagamento feito pelo Município para as empresas, que, na verdade, servia apenas para o bolso dos investigados porque não resultava em serviços para a cidade.

Depois disso eram emitidas as notas fiscais forjadas. “Apurou-se que os valores a título de propina eram repassados conforme a necessidade e/ou exigência de agentes políticos e servidores públicos, sendo a partir de então estipulado pelos empresários a margem de lucro que seria aplicada sobre o valor repassado (propina), em quais contratos púbicos recairiam as cobranças dos valores, bem como quais produtos formalmente licitados constariam nas notas fiscais forjadas”, aponta a investigação.

Em uma das conversas de Ueverton Macedo, empresário também preso na operação, ele fala sobre a necessidade de emitir notas fiscais fraudulentas. Essa necessidade teria surgido a pedido de Claudinho Serra.

Ueverton conversava com Tiago Basso, então servidor de Sidrolândia e responsável pela emissão das notas, enquanto chefe de setor de execuções e fiscalização no município. Em conversa flagrada pelo Gecoc, Ueverton pede uma nota fria relacionada ao setor de obras.

Nesse caso, não seria fornecido qualquer produto, nem mesmo seria executado algum serviço.

Prefeita exonerou servidores

Na sexta-feira (5), a prefeita de Sidrolândia Vanda Camilo (PP) publicou no Diário Oficial a exoneração dos quatro servidores alvos da Operação Tromper.

Assim, foram publicadas as exonerações do secretário de Educação Rafael Soares Rodrigues, do secretário adjunto da Seas (Secretaria de Assistência Social), Paulo Vitor Famea, bem como do chefe de licitações, Marcus Vinícius Rossetini de Andrade Costa, e da pregoeira Ana Cláudia Alves Flores.

Além das exonerações, a prefeita Vanda Camilo publicou decreto para tentar desfazer os contratos com as empresas, agora que são investigadas. Na publicação, ela cita “inúmeros contratos e atas de registro de preços celebrados entre o Município de Sidrolândia e as empresas investigadas”.

Então, determina ao setor de Compras, Licitações e Contratos as medidas para rescindir os contratos com as empresas Do Carmo Comércio Varejista e Serviços (CNPJ 44.770.503.0001-11); Empresa Rocamora Serviços de Escritório (CNPJ 33.609.580/0001-78); Empresa JL Serviços e Comércio (CNPJ 32.996.733/0001-14); Empresa Maxilaine Dias De Oliveira (CNPJ 06.000.098/0001-63); Empresa Heberton Mendonça Da Silva (CNPJ 46.072.552/0001-06); Empresa AR Pavimentação e Sinalização (CNPJ: 28.660.716/0001-34); Empresa CGS Construtora e Serviços (CNPJ: 25.217.122/0001-65) e Empresa FGC Engenharia e Construtora (CNPJ 46.603.862/0001-00).

Desde a operação, a prefeita se manifestou apenas relatando que acompanha o caso. Ligações do Midiamax não foram atendidas, nem mensagens respondidas. O espaço segue aberto para manifestação.

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