Enquanto a Operação Tromper apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia, que apontou o vereador do PSDB, Claudinho Serra – genro da prefeita Vanda Camilo (PP) -, como chefe do esquema, o município abriu nova licitação de R$ 4.487.059,11 milhões para obras de asfalto.

A licitação faz parte de parceria com o Ministério das Cidades, pelo Programa Avançar Cidades Mobilidade Urbana.

Conforme publicação no DOU (Diário Oficial da União), a empresa GOMES & AZEVEDO LTDA EPP foi convocada.

De acordo com o edital, a empresa convocada deverá realizar obras de pavimentação e drenagem no bairro Cascatinha (Ruas Diogo Cunha, Dr. Nélio Saraiva Pain, João Marcio Ferreira Terra, Adelina F. Barbosa, Antônio F. de Almeida e Aurélio de Brito).

População sofre com asfalto esfarelando em Sidrolândia

Em meio aos escândalos de corrupção e fraudes em licitações em Sidrolândia, morar no barro ou ter o ‘asfalto esfarelando’ são as opções de quem reside no Jardim Petrópolis. Moradores do bairro alegam que as obras na região estão paradas há meses.

Conforme a população, o bairro existe há mais de uma década. Convivendo com barro e a poeira durante anos, a população viu uma ‘luz no fim do túnel’ quando, em 2023, a prefeitura anunciou que o bairro seria asfaltado.

Conforme divulgado pela prefeita Vanda Camilo, em setembro de 2023, a prefeitura de Sidrolândia estaria investindo em torno de R$ 31 milhões em infraestrutura urbana, para levar drenagem e asfalto para 100% das ruas do Petrópolis, mas sete meses depois, várias ruas da região estão abandonadas. Moradores reclamam da falta de asfalto em outros bairros da cidade.

Operação Tromper

O vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB), apontado como líder da organização criminosa que fraudava licitações e desviava valores de Sidrolândia, usava a emissão de notas fiscais fraudulentas para tentar dissimular os crimes. Isso é o que aponta relatório do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

Conforme o procedimento de investigação, as licitações eram fraudadas por meio do então secretário de Fazenda de Sidrolândia, Claudinho Serra. Para isso, integravam o grupo outros servidores do município, além de empresários que eram os vencedores das licitações.

A partir daí, no decorrer da execução dos contratos, eram realizados empenhos visando apenas o desvio de dinheiro. Ou seja, o pagamento feito pelo Município para as empresas, que, na verdade, servia apenas para o bolso dos investigados porque não resultava em serviços para a cidade.

Depois disso eram emitidas as notas fiscais forjadas. “Apurou-se que os valores a título de propina eram repassados conforme a necessidade e/ou exigência de agentes políticos e servidores públicos, sendo a partir de então estipulado pelos empresários a margem de lucro que seria aplicada sobre o valor repassado (propina), em quais contratos púbicos recairiam as cobranças dos valores, bem como quais produtos formalmente licitados constariam nas notas fiscais forjadas”, aponta a investigação.

Em uma das conversas de Ueverton Macedo, empresário também preso na operação, ele fala sobre a necessidade de emitir notas fiscais fraudulentas. Essa necessidade teria surgido a pedido de Claudinho Serra.

Ueverton conversava com Tiago Basso, então servidor de Sidrolândia e responsável pela emissão das notas, enquanto chefe de setor de execuções e fiscalização no município. Em conversa flagrada pelo Gecoc, Ueverton pede uma nota fria relacionada ao setor de obras.

Nesse caso, não seria fornecido qualquer produto, nem mesmo seria executado algum serviço.