Presos em operação contra fraudes em licitações vão para presídios em Campo Grande
O secretário-adjunto da SED, Edio Castro e uma das pregoeiras da SAD estão entre os presos
Thatiana Melo, Dândara Genelhú –
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Os sete presos na Operação Turn Off vão pernoitar em presídios de Campo Grande. Segundo informações obtidas pelo Jornal Midiamax, os investigados foram entregues aos presídios no final da tarde desta quarta-feira (29).
Eles foram escoltados pela Polícia Civil até a unidade em que devem passar a noite. Entre os presos, estão o secretário-adjunto de Educação, Edio Antônio Rezende de Castro, e a responsável pelas licitações na SAD-MS (Secretaria de Estado de Administração), Simone de Oliveira Ramires Castro.
Os outros cinco presos na operação, a maioria servidores públicos, são Thiago Haruo Mishima, Andrea Cristina Souza Lima, Paulo Henrique Muleta Andrade (da Apae), Victor Leite de Andrade e Sergio Duarte Coutinho Júnior. Um oitavo alvo da operação não foi encontrado.
As mulheres vão para o Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” e os homens passarão a noite no Centro de Triagem “Anísio Lima”. Já Sergio Duarte deve passar a noite no Presídio Militar, pois é advogado.
Os sete investigados devem ser ouvidos nesta quinta-feira (30). Além das prisões, grande quantidade de notas de dólares e euros foram apreendidas pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Os grupos dão apoio às 29ª e 31ª Promotorias de Justiça de Campo Grande. Durante a operação, foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão.
R$ 68 milhões em contratos investigados
Ainda segundo a investigação, o grupo criminoso fraudava licitações públicas para compra de aparelhos de ar-condicionado para a SED (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul), também a locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela SES (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul).
Também foi fraudada licitação para aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Campo Grande, além de outros. Os crimes foram cometidos com pagamento de propina a vários agentes públicos.
Os contratos já identificados e objetos da investigação ultrapassam R$ 68 milhões.
Operação Parasita
O Gecoc divulgou que as investigações tiveram como base provas obtidas na Operação Parasita, realizada em dezembro de 2022. As provas reforçaram a maneira de agir da organização criminosa.
Na Parasita foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Itajaí (SC) e Campo Grande. Os investigados são suspeitos de associação criminosa, crimes de licitação, emissão de notas fiscais falsas, falsidade ideológica e peculato.
O grupo agia simulando procedimentos de compra e venda de produtos, que chegariam ao Hospital Regional. No entanto, esses produtos nunca foram entregues. As compras fraudulentas resultavam no desvio de dinheiro público, com pagamento de propina.
Este grupo investigado já teria desviado mais de R$ 22 milhões, conforme noticiado pelo Midiamax.
Turn Off, termo que dá nome à operação, significa ‘desligar’ em inglês, foi originado do primeiro grande esquema descoberto na investigação, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado, e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada.
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