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Transparência

Com dívidas de R$ 29 milhões em MS, Americanas pede à Justiça corte em aluguel de shopping

Rede de lojas, que enfrenta recuperação judicial, quer redução de mais da metade do valor da locação, às vésperas da renovação
Adriel Mattos - Publicado em
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(Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax)

A Americanas S/A impetrou ação na 10ª Vara Cível de Campo Grande pedindo a redução de até 65,71% do aluguel da loja no Shopping Bosque dos Ipês. A rede entrou em recuperação judicial, com débitos que superam R$ 40 bilhões no País e mais de R$ 29 milhões em Mato Grosso do Sul.

Na petição inicial, os advogados Marcelo Neumann Moreiras Pessoa e Patrícia Shima argumentam que a empresa loca um dos espaços do centro comercial desde sua inauguração, em 2013. O contrato deve vencer em agosto e a Americanas quer renová-lo por cinco anos, reduzindo o valor para R$ 15 mil.

Atualmente, a loja paga R$ 23,5 mil e mais 2,2% do faturamento bruto mensal. Logo, o valor do aluguel é variável. Em janeiro deste ano, foram pagos R$ 43,7 mil. O menor montante pago, dentre os comprovantes apresentados, foi em novembro de 2022, de R$ 30,7 mil.

“Insta salientar o enorme prejuízo da autora/locatária [Americanas] caso não haja a renovação do presente instrumento, posto que certamente haveria a perda de clientela formada no decorrer de quase uma década de atividades no local, sem considerar a possibilidade da ré/locadora [Calila Administração e Comércio, controladora Shopping Bosque dos Ipês] oferecer o ponto a uma concorrente da autora/locatária, agravando ainda mais este possível prejuízo”, pontuam os advogados.

Para convencer a juíza Sueli Garcia, Neumann e Patrícia argumentam que, caso a Americanas seja obrigada a deixar a loja, o shopping enfrentaria as agruras de locar o espaço para uma concorrente, correndo o risco de perder clientes.

“Importante frisar, também, o significativo investimento da locatária na loja, usando de diversos meios para atrair a clientela, sendo certo que, sem a renovação, a autora terá de arcar com todos os ônus e inconveniências de um novo contrato de locação, bem como novos investimentos na loja, novos métodos de divulgação, dentre outros encargos”, asseveram.

A defesa da Americanas ainda destaca que o setor de shoppings, assim como o comércio em geral, amargou prejuízos durante a crise econômica da pandemia de Covid-19 e está em recuperação após o arrefecimento da doença. Os advogados concluem que a empresa aceita participar de audiência de conciliação com a Calila.

A ação renovatória de locação de imóvel não residencial combinado com revisional foi protocolada em 10 de fevereiro. Até o momento, a magistrada ainda não deliberou sobre o pedido.

Americanas tem dívidas com 49 empresas

As Lojas Americanas, atualmente em recuperação judicial, têm dívidas com 49 empresas de Mato Grosso do Sul, que somam quase R$ 30 milhões. Entre os credores listados no processo judicial, está a Energisa.

A empresa deve pouco mais de R$ 20 mil para a concessionária de energia de Mato Grosso do Sul. O valor é irrisório considerando que a rede tem mais de 20 lojas em todo o Estado.

No início de fevereiro, a Americanas solicitou à Justiça uma proteção contra o corte no fornecimento de energia elétrica, telefone e internet das lojas. O pedido também foi acolhido pela Justiça do Rio de Janeiro.

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