Com suspeita de inconsistência no portal da transparência e alvo de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa, a (Caixa de Assistência dos Servidores de ) disse, através de nota, ter tido déficit de R$ 37 milhões.

Em nota encaminhada ao Jornal Midiamax, a Cassems disse que em 2021 apresentou, pela primeira vez em sua história, resultado financeiro negativo. Nos anos seguintes, diante de epidemias de dengue, gripe, e outras doenças respiratórias, a operadora teria sofrido sobrecarga.

A Cassems afirma que operou ‘no vermelho' desde o início do ano e diante disso, precisou implementar nova medida de contribuição para ‘equilibrar a sinistralidade'. Confira a nota na íntegra:

A Caixa de Assistência dos Servidres do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems) reforça que a prestação de contas do plano de saúde é feita anualmente em Geral Ordinária, como determina o estatuto. Há produção de Relatórios de Atividades, entregues em mãos aos beneficiários, e disponibilizados no Portal da Transparência.

Na Assembleia Geral Extraordinária, ocorrida na última quinta-feira, 27 de julho, foi realizada a apresentação de todos os dados financeiros que levaram a Cassems à necessidade de corrigir algumas distorções e propor um novo modelo de contribuição, fundamental para o equilíbrio econômico do plano, possibilitando a isenção da coparticipação em materiais de órtese e prótese, utilizados em procedimentos cirúrgicos, e a recuperação do fundo de reservas. O investimento da Cassems no enfrentamento à Covid19 foi de R$ 290 milhões.

Em 2021, a Caixa os Servidores apresentou, pela primeira vez em sua história, resultado financeiro negativo, com déficit de R$ 37 milhões.

Mesmo diante do agravamento de como o represamento da demanda de atendimentos assistenciais e a inflação no mercado de saúde, no ano de 2022, a Cassems conseguiu, com muito esforço de gestão, um balanço superavitário de 18 milhões de reais, num ano em que todos os planos de saúde do Brasil apresentaram um déficit operacional de mais de 11 bilhões de reais.

Contudo, em 2023, em razão da sobrecarga no atendimento da operadora, inclusive com epidemias de dengue, gripe, e outras doenças respiratórias que lotaram os hospitais nos meses iniciais do ano, o plano de saúde passou a operar no vermelho, sendo necessário implementar medidas como o novo modelo de contribuição que, além de desonerar o beneficiário com a isenção da coparticipação em materiais de órtese e prótese e de tratamentos odontológicos, estabelece uma contribuição em valor fixo por usuário para reequilibrar a sinistralidade.

Todas as informações relacionadas a gastos e investimentos do plano de saúde estão disponíveis no Portal da Transparência e informes emitidos aos beneficiários da Cassems.”

Alvo de abertura de CPI

Após verificar inconsistências no portal da transparência da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul), com déficit de R$ 17 milhões nos cofres da instituição, o deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) pedirá abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa para apurar o destino dos recursos.

O deputado explica que o montante não está na prestação de contas do hospital e é preciso entender para onde foi o dinheiro. “Eles fecharam o ano passado com um superávit de cerca de R$ 18 milhões, agora queremos saber qual o motivo desse aumento no plano, uma vez que o balanço foi fechado pelo próprio presidente em R$ 18 milhões. Sem contar que, atualmente, R$ 17 milhões não constam no caixa”, detalha.

O motivo é o aumento da contribuição dos servidores à Cassems, que teve alta de 25% até 40% aprovada em assembleia do plano na última quinta-feira (27). A decisão gerou insatisfação em servidores, que estão tentando novas tratativas para anular as decisões da reunião.

Um parecer técnico de um contador foi solicitado por Tavares nesta segunda-feira (31), para formular a abertura da CPI que será apresentada na sessão parlamentar desta terça-feira (1º). O vereador afirma já contar com alguns votos para emplacar as investigações, mas não revelou o número de assinaturas já obtidas.

Outro ponto a ser abordado na possível CPI é a plataforma do portal da transparência do plano, que segundo o parlamentar, é de difícil acesso aos servidores. “Vamos abrir essa caixa preta. Na verdade, o portal da transparência não é nada transparente e isso também vamos detalhar amanhã lá na Assembleia Legislativa, isso dificulta a conferência dos dados para a população, que deveria entender para onde está indo o dinheiro”, sustenta.