Acusado de desviar R$ 100 mil de adolescentes em unidade de acolhimento de Campo Grande é demitido
Ele responde pelos crimes de improbidade administrativa e corrupção
Renata Portela –
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Nesta segunda-feira (4), a prefeita Adriane Lopes (PP) publicou no Diário Oficial de Campo Grande a demissão de Milton Emílio de Souza, ex-coordenador de uma Unidade de Acolhimento Institucional Para Crianças e Adolescentes. Ele é acusado de desviar mais de R$ 100 mil.
Conforme a publicação, Milton foi destituído por acusações de improbidade administrativa e corrupção, além de se valer do cargo com proveito pessoal e receber propina ou vantagem em razão do cargo que exercia.
Milton havia sido exonerado em julho deste ano e, desde então, não recebia mais salário. Os dados do Portal da Transparência da Prefeitura de Campo Grande apontam que em junho o ex-servidor recebeu proventos de pouco mais de R$ 10 mil.
Ex-servidor era coordenador de unidade
Em julho, o Midiamax noticiou que o ex-servidor era investigado por peculato, acusado de desviar dinheiro da conta particular de adolescentes acolhidos. Segundo a denúncia, mais de 30 vítimas teriam a conta por confiança do ex-coordenador.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, a unidade acolhe garotos, alguns iniciam trabalho a partir dos 14 anos, com uma conta corrente onde recebem salário, benefícios sociais do Governo Federal e, no caso de pessoas com deficiência, o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Entretanto, o valor seria para rendimento e só poderia ser sacado integralmente quando completassem 18 anos.
O processo pontua que os adolescentes poderiam utilizar apenas 30% do valor em conta, alguns pagando pensão, por exemplo. A primeira vítima ingressou na justiça depois de “empréstimos” informais ao servidor, que teria garantido pagar com 3% de acréscimo, que não foram pagos até o rapaz completar a maioridade.
Desvio para festa de casamento
Outro rapaz começou a desconfiar e notou retiradas da conta, que apenas o coordenador teria acesso e utilizava o cartão, todos os meses. Os extratos bancários mostram transferências para conta do então servidor, desde o início do ano. Uma das vítimas teria sido lesada em R$ 70 mil durante a permanência do acusado no cargo.
A denúncia ainda investiga se um casamento luxuoso e viagens teriam sido bancadas com os supostos desvios. Nomeado desde 2017, o servidor teria sido exonerado este ano, mas, conforme apurado, estaria barganhando outros cargos públicos por filiação em partidos. A remuneração mensal era de R$ 5.627,30.
O Ministério Público instaurou inquérito policial na vara cível por peculato e Vara da Infância, Adolescência e Idoso.
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