No último domingo (19), mais uma onça-pintada foi atropelada em Mato Grosso do Sul, dessa vez, na região do Buraco das Piranhas, na BR-262.
O felino, símbolo da biodiversidade do Pantanal, agora é mais uma infeliz estatística que registrou 2.300 animais silvestres mortos por atropelamento na região, entre maio de 2023 e abril de 2024, como aponta o Projeto Bandeira e Rodovias, do ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres). Espécies como tatus, anfíbios, jacarés e cachorros-do-mato são frequentemente encontradas entre as vítimas.
Conforme levantamento divulgado pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro), de 2016 até abril de 2023, 20 onças-pintadas foram mortas no trecho entre Corumbá e Miranda, perímetro de apenas 200 km. Esses episódios, segundo o Instituto, evidencia o impacto alarmante das rodovias sobre a fauna silvestre.
Perigo para motoristas e animais
Para as instituições, o que expõe motoristas e animais a estes riscos diários, reforçando a urgência de medidas efetivas é a não implementação do Plano de Mitigação de Atropelamentos de Fauna, aprovado em novembro de 2024 pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
Buscando formas de monitorar a implementação de medidas de mitigação nas rodovias estaduais e federais, diversas instituições uniram esforços e criaram o Observatório Rodovias Seguras para Todos, que atende áreas das rodovias MS-040, MS-267, BR-262, BR-163 e BR-267, além das vias no entorno de Bonito. O Observatório também acompanhará os impactos da Rota Bioceânica e de novas concessões rodoviárias.
Integram o observatório: ICAS, IHP, Onçafari, o Instituto Libio, o Instituto SOS Pantanal, a INCAB (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira) e o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas).
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