Após operação da PF, TCE-MS suspende pagamento de empresa investigada

Junto com o TCE-MS, Dataeasy faz parte da lista de 30 alvos de busca e apreensão da Polícia Federal

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Sede do TCE-MS no Parque dos Poderes, em Campo Grande. (Aurélio Marques/TCE-MS)

O TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul) suspendeu o pagamento com a Dataeasy Consultoria e Informática Ltda. A Polícia Federal investiga a empresa, junto com o Tribunal, na operação Terceirização de Ouro.

As investigações apontaram uso de pessoas jurídicas vinculadas à participação no certame para contratação de empresas com licitações fraudulentas. Assim, entre as estratégias utilizadas para vencer as licitações, estavam a agilidade na tramitação do procedimento.

Então, o Tribunal informou nesta segunda-feira (12), que o pagamento à empresa foi suspenso. “O Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul comunica que suspendeu o pagamento e os serviços de apoio técnico às atividades de tratamento das informações, referentes à empresa Dataeasy Consultoria e Informática Ltda”, diz a nota.

O presidente interino da Corte de Contas, conselheiro Jerson Domingos, anunciou a decisão. Segundo a nota, o pagamento foi suspenso após “notícias veiculadas na imprensa em virtude da operação da Polícia Federal que apontou indícios de irregularidades no contrato”.

Por fim, o TCE-MS lembrou que o contrato tem vigência até 24 de janeiro de 2023. Contudo, destacou que não há possibilidade de prorrogação.

Pedido de prisão

A Polícia Federal pediu a prisão de três conselheiros do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul). Foi solicitada a prisão do presidente do TCE-MS, Iran Coelho das Neves, do corregedor Ronaldo Chadid e do conselheiro Waldir Neves Barbosa. A operação Terceirização de Ouro foi deflagrada em 8 de dezembro.

Contudo, ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Francisco Falcão indeferiu o pedido, em 7 de dezembro. O ministro autorizou a quebra de sigilo telefônico de dois números.

Além deles, a PF pediu a prisão da chefe de gabinete, Thais Xavier Ferreira da Costa, e do diretor, Douglas Avedikian. Assim, o ministro do STJ indeferiu todos os pedidos.

No entanto, eles foram afastados do TCE-MS por 180 dias e deverão usar tornozeleira eletrônica. Então, Falcão proibiu os conselheiros e servidores de acessarem as dependências do Tribunal. Bem como qualquer tipo de comunicação com outros mencionados no processo de investigação.

No total, 30 serão alvo de busca e apreensão durante a operação. Entre eles, os conselheiros, servidores e empresas investigadas.

Operação no TCE-MS

Policiais federais cumprem 30 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e mais quatro cidades brasileiras. Então, o principal contrato investigado supera a quantia de R$ 100 milhões.

As investigações apontaram uso de pessoas jurídicas vinculadas à participação no certame para contratação de empresas com licitações fraudulentas. Assim, entre as estratégias utilizadas para vencer as licitações, estava a agilidade na tramitação do procedimento.

Além de exigência de qualificação técnica desnecessária ao cumprimento do objeto. Por fim, faziam contratação conjunta de serviços completamente distintos em um mesmo certame e apresentação de atestado de capacidade técnica falsificado.

Então, essa é a segunda vez que o órgão é alvo da Polícia Federal. Em junho de 2021, a Operação Mineração de Ouro cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Sidrolândia, Brasília e Distrito Federal.

Assim, as investigações tiveram início a partir de informações obtidas no âmbito da Operação Lama Asfáltica. Além disso, foi apurado o envolvimento de servidores públicos do Estado do Mato Grosso do Sul com um grupo de empresários em fraudes relacionadas a procedimentos licitatórios, obras superfaturadas e desvio de recursos públicos.

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A publicação foi feita no Diário Oficial da ASSOMASUL (Foto: Divulgação)
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