De contratos ‘módicos’ a milionários, salto de empresa investigada seguiu ascensão de ex-secretário de Reinaldo
Negócios com valores 2.400% maiores expõem mudança de patamar da Max Limp após Carlos Assis assumir SAD
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Em meados de 2012, a Max Limp Produtos para Limpeza Ltda tinha participação discreta em licitações de órgãos municipais e pelejava com contratos “módicos”, segundo adjetiva o MPMS (Ministério Público Estadual). A empresa vence seu primeiro pregão estadual em 2015, após a ascensão de Carlos Alberto de Assis ao cargo de titular da SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização), e, quatro anos mais tarde, já ostenta negócios milionários com o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB).
Investigada na Operação Clean por suspeitas de corrupção, peculato, associação criminosa e fraude em licitação, a Max Limp tem Magali Aparecida da Silva Brandão como sócia majoritária. Magali é também advogada e “amiga de muitos anos” – como o próprio já definiu – de Carlos Alberto de Assis. Sua empresa inclusive pagou custas judiciais para o ex-titular da SAD.
O salto de patamar da Max Limp chamou a atenção do MPMS. Em 2011, o grupo tinha contrato de R$ 79,5 mil para fornecer materiais de limpeza à Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande. No ano seguinte, fechou novo vínculo, desta vez de R$ 77,9 mil, com a mesma pasta.
A Max Limp passa a figurar nas licitações do governo estadual a partir de 2015, quando vence um pregão aberto pela SAD e consegue contratos quatro vezes maiores – com a SED (Secretaria de Estado de Educação), no valor de R$ 343 mil; e com a Funsau (Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul), de R$ 296,1 mil.
Dois anos mais tarde, ainda sob a gestão de Carlos Alberto de Assis, a empresa fatura mais um pregão da SAD e abocanha um contrato milionário com a SED, de R$ 2,6 milhões. O vínculo é aditado em 2019 e tem valor acrescido para R$ 3,297 milhões. Os números são todos do Portal da Transparência.
Assim, em três anos de negócios com o governo estadual, a Max Limp fechou R$ 3,9 milhões em contratos, montante 2.400% maior que os R$ 157,4 mil contratados com o município de Campo Grande anteriormente.
Para vencer os pregões do governo do Estado, a empresa da advogada de Assis precisou contar com decisões administrativas favoráveis. O grupo foi desclassificado nos dois certames por apresentar produtos com composições diferentes das exigidas. Os pareceres que reverteram as desclassificações e beneficiaram a Max Limp foram assinados por um mesmo servidor comissionado do Núcleo Jurídico da SAD.
Titular da SAD à época do pregão investigado, Assis ‘escapou’ de operação
A Max Limp foi alvo de mandados de busca e apreensão em abril deste ano, na fase ostensiva da Operação Clean. A ação apura indícios de corrupção, peculato, associação criminosa e fraude em licitação no pregão 145/2017, o mesmo que rendeu contrato de R$ 3,297 milhões à empresa.
O endereço da Max Limp, na Rua Marquês de Lavradio, altura do Jardim São Lourenço, em Campo Grande, não tem placas ou qualquer tipo de sinalização que remeta a uma empresa fornecedora de produtos de limpeza. No local funciona o escritório de advocacia de Magali Aparecida da Silva Brandão.
Por sua vez, Carlos Alberto de Assis não teve endereços seus vasculhados por agentes da 30ª Promotoria, Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) no bojo da Operação Clean.
Assis era o titular da SAD quando a licitação investigada tramitou na pasta. Ele se licenciou em agosto de 2018 para trabalhar na campanha à reeleição do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Hoje, Carlos Alberto de Assis é diretor-presidente da Agepan (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul).
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