Com arrecadação R$ 3,7 bilhões mais alta, Reinaldo deixa servidores de MS há 7 anos sem reajuste
Valor é referente ao aumento da receita de 2015 a 2021
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A arrecadação do Governo de Mato Grosso do Sul teve aumento de aproximadamente 26% nos seis anos completos de gestão tucana. É o que mostram os dados de receita do Portal da Transparência de MS, segundo os quais somente de janeiro a dezembro de 2020 foram arrecadados R$ 18,29 bilhões, contra os R$ 14,51 bilhões de 2015, primeiro ano de mandato do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Apesar disso, o governo anunciou, mais uma vez, que o reajuste dos servidores públicos será de 0% em 2021.
Nos dois anos mencionados, a arrecadação prevista foi superada. Em 2015, quando o governo esperava R$ 13,31 bilhões, o aumento em cima da arrecadação projetada foi de 28,5%. Já em 2020, o primeiro ano da pandemia, eram previstos R$ 15,76 bilhões nos cofres, mas o valor arrecadado foi 16% maior.
Os dados parciais de 2021, a propósito, apontam que a arrecadação também deverá superar o previsto: até maio deste ano, o Governo já arrecadou R$ 7,35 bilhões (confira a tabela abaixo).
ANO | TOTAL PREVISTO ANUAL | TOTAL ARRECADADO |
2015 | R$ 13.315.775.500,00 | R$ 14.515.631.671,00 |
2016 | R$ 13.672.538.200,00 | R$ 11.384.967.954,57 |
2017 | R$ 13.685.226.300,00 | R$ 12.349.232.663,24 |
2018 | R$ 14.347.028.300,00 | R$ 14.684.394.002,13 |
2019 | R$ 14.861.635.600,00 | R$ 15.637.559.632,61 |
2020 | R$ 15.769.260.700,00 | R$ 18.293.874.590,17 |
2021 (parcial) | R$ 17.605.333.400,00 | R$ 7.355.611.422,59 |
Fonte: Portal da Transparência de MS |
A tabela também revela que a receita estadual enfrentou déficit em 2016 e 2016, mas que já demonstrou recuperação nos anos seguintes, com saldos positivos. O superávit do ano da pandemia foi o que mais surpreendeu: MS despontou como um dos poucos estados brasileiros a fechar as contas no azul em meio a crise ocasionada pelo novo coronavírus.
Isso porque o cenário de receita favorável é decorrente não só do aumento de exportações de commodities e alta do dólar, mas também do apetite da gestão tucana, desde a política fiscal a arrocho salarial.
Alguém paga a conta
O saldo positivo nas finanças de Mato Grosso do Sul coloca o Estado na dianteira da prosperidade, digamos assim. Mas, essa política tem alto custo, que tem sido pago por contribuintes, consumidores e servidores públicos. Além da política fiscal rigorosa – MS possui uma das maiores taxas de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no país, que encarece produtos e serviços de forma generalizada – o funcionalismo público vive há sete anos sob uma política de arrocho salarial.
Na última segunda-feira (24), após reunião com entidades sindicais, o governador bateu o martelo de que não haverá reajuste salarial. Este é o segundo ano que a administração de Reinaldo Azambuja não autoriza nem sequer a reposição inflacionária. Desde o primeiro ano de gestão, em 2015, o funcionalismo público não teve reajuste real, acima da inflação.
Além do aumento de 16% na arrecadação em 2020 – com receita que saltou de R$ 15,6 bilhões para 18,2 bilhões – entre março e dezembro do ano passado, a administração tucana não economizou muito em despesas diárias após a adoção do regime de teletrabalho em 2020, após o início da pandemia de Covid-19. Dados obtidos pelo Jornal Midiamax apontam que a administração de Reinaldo Azambuja (PSDB) não poupou nem 20% em gastos com água, energia elétrica e telefone.
Vale lembrar que apenas o salário do primeiro escalão do governo, composto pelos secretários de Estado, gira em torno de R$ 360 mensais. Considerando o segundo escalão, a conta se aproxima dos R$ 800 mil.
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