O Governo de não vai conceder aumento de salário aos servidores públicos pelo sétimo ano consecutivo. O anúncio foi feito em reunião com entidades sindicais nesta segunda-feira (24).

“No encontro desta manhã nos foi comunicado que a partir de agora o governo irá negociar em separado com cada sindicato, discutindo as demandas pontuais de cada um deles, e ainda assim, qualquer decisão que venha a ser acordada só será efetivamente implementada a partir de 1º de janeiro do ano que vem”, declarou Lílian Fernandes, presidente da Feserp (Federação Sindical dos Servidores Públicos Estaduais e Municipais).

É o segundo ano que a administração de (PSDB) não autoriza nem a reposição inflacionária. Desde o primeiro ano de gestão, em 2015, o funcionalismo público não teve reajuste real, acima da inflação.

Nem mesmo a discussão da incorporação do abono de R$ 200 entrou na pauta, que também ficará para 2022. A negociação com cada categoria começa a partir de junho.

A justificativa de Reinaldo é uma recomendação conjunta do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) e (Tribunal de Contas do Estado) para que se observe as contrapartidas do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, estabelecidas pela Lei Complementar 173, de 27 de maio de 2020.

Protelação

O governo desmarcou todas as reuniões com sindicatos de servidores públicos na semana passada e deixou as categorias sem saber se haveria reajuste. Algumas classes amargam defasagem de até seis anos.

Em fevereiro, o governo divulgou que teve aumento de 16% na arrecadação em 2020. A receita saltou de R$ 15,6 bilhões para 18,2 bilhões, conforme levantamento do jornal Folha de S.Paulo.

E entre março e dezembro do ano passado, a administração tucana não economizou muito em despesas diárias após a adoção do regime de teletrabalho em 2020, após o início da pandemia de Covid-19. Dados obtidos pelo Jornal Midiamax apontam que a administração de Reinaldo Azambuja (PSDB) não poupou nem 20% em gastos com água, energia elétrica e telefone.

Os dados foram obtidos pela reportagem por meio da Lei Estadual de Acesso à Informação. A OGE-MS (Ouvidoria-Geral do Estado) levou quase dois meses para dar uma devolutiva à solicitação. Comparado com 2019, a economia nos gastos com água e esgoto foi de 9%, 8% em energia elétrica, 14% em telefonia e 9% em diárias entre março e dezembro de 2020.

Os servidores ainda não falam em greve e preferem esperar uma manifestação do governo. “Não tem porquê ficar sem reajuste. Fica difícil até de conversar”, disse na semana passada o secretário de finanças do Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul) e coordenador do Fórum dos Servidores Públicos, Ricardo Bueno.