Economia do home office faz repartições repensarem jornadas de trabalho presencial em MS

As mudanças nas rotinas de trabalho em repartições públicas durante a pandemia do novo coronavírus impactaram mais do que simplesmente a rotina de servidores públicos, que passaram a trabalhar em regime de teletrabalho. A nova dinâmica também ocasionou economia às repartições, principalmente em relação aos custos com deslocamentos e diárias. A necessidade do distanciamento socia…

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As mudanças nas rotinas de trabalho em repartições públicas durante a pandemia do novo coronavírus impactaram mais do que simplesmente a rotina de servidores públicos, que passaram a trabalhar em regime de teletrabalho. A nova dinâmica também ocasionou economia às repartições, principalmente em relação aos custos com deslocamentos e diárias.

A necessidade do distanciamento social foi a pá de cal sobre a suposta necessidade de reuniões presenciais, que muitas vezes envolviam deslocamentos a outras cidades e estados, além de gastos exorbitantes com o pagamento de diárias. Isso porque a dinâmica das videoconferências – adotadas no Executivo, Legislativo e no Judiciário – mostrou-se eficiente, a ponto de fazer algumas repartições repensarem, mesmo após a pandemia, se vale a pena gastar dinheiro com as viagens.

É o caso do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Consultado pela reportagem, o Tribunal afirmou que a Portaria de Contingenciamento baixada pela Presidência do TJMS logo no início da pandemia ocasionou diminuição nos contratos terceirizados, “na proporção média de 25%, além da economia com o pagamento de diárias, reduzida a zero, e redução nos gastos com água e energia”. O Tribunal também pontuou outros contratos que apresentaram economia ainda maior como o dos combustíveis.

O Tribunal não apresentou posicionamento acerca da possibilidade de adotar teletrabalho no pós-pandemia, mas a medida não foi descartada, “e pode vir a ser estudado para regulamentação em ocasião oportuna, se for o caso”.

A Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), também consultada pelo Jornal Midiamax, destacou que o regime de teletrabalho foi adotado apenas por parte dos empregados, devido à natureza das atribuições. Foi o caso de advogados, analistas de sistemas e demais profissionais que poderiam trabalhar de forma remota.

“Adotamos esse sistema desde o início da pandemia da Covid-10. Os resultados gerados (redução de custos) foi observado de forma tímida no consumo de energia e água nas atividades administrativas, porém, com impacto muito pequeno (1%), visto que permanecemos com parte da estrutura funcionando por sermos atividades essencial.

Porém, a empresa pontuou que o impacto foi mais significativo – estimado em 20% – nos custos de deslocamento, diárias e alimentação, isso por conta da adoção de reuniões virtuais em todo o Estado e também porque os deslocamentos foram restritos apenas a casos emergenciais.

“A Sanesul pretende, quando a crise passar, adotar permanentemente algumas atividades e métodos de reuniões à distância, pois se mostraram muito eficientes”, conclui a nota.

O resultado animador nos cofres públicos, porém, não foi visto em todas as repartições. O Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito), por exemplo, afirmou que a economia não foi relevante com o teletrabalho em si, já que a diminuição do quadro total não foi significativa. Por lá, foram afastados da atividade presencial apenas aqueles que são do grupo de risco e colaboradores com sintomas e/ou que tiveram contato com pessoas que testaram positivo para o Covid-19.

A economia, no caso, poderia ser percebida para o próprio usuário, já que investimentos nos canais digitais permitiram o deslocamento apenas quando a presença era fundamental, como em exames de renovação de CNH (Carteira Nacional de Habilitação). “A atual administração está fortemente empenhada em aumentar os serviços digitais ao cliente, proporcionando agilidade e comodidade”, destacou nota do Detran-MS, que acrescentou ainda não vislumbras adoção de teletrabalho num contexto pós-pandêmico.

A reportagem também acionou outros órgãos, como o MPMS (Ministério Público Estadual), TCE (Tribunal de Contas do Estado), Alems (Assembleia Legislativa de MS), Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado, mas até a publicação não houve posicionamento.

Brasil

Dados do Ministério da Economia também indicam que de meados de março até maio a economia decorrente do afastamento presencial de servidores reduziu drasticamente gastos no Governo Federal, sobretudo com diárias, passagens e transporte de empregados públicos. A estimativa foi de economia de 75,2% em relação ao ano anterior – de março a maio, a economia foi de R$ 199,6 milhões com diárias e passagens.

Vale lembrar que a economia pode ser maior, já que os dados de junho e julho ainda não foram consolidados. A estimativa do Governo Federal, porém, é que a economia chegue a R$ 500 milhões somente com a adoção das videoconferências em vez do deslocamento de servidores para reuniões.

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