Dos mais pobres: Gecoc achou ‘indícios fortes’ de corrupção na assistência social de Reinaldo
As investigações que culminaram na Operação Penúria, deflagrada nesta sexta-feira (21), apontam para “indícios fortes” de superfaturamento na compra de cestas básicas e, consequentemente, de corrupção na Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho). Com isso, a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) tem mais uma suspeita de fraude. O principal al…
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
As investigações que culminaram na Operação Penúria, deflagrada nesta sexta-feira (21), apontam para “indícios fortes” de superfaturamento na compra de cestas básicas e, consequentemente, de corrupção na Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho). Com isso, a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) tem mais uma suspeita de fraude.
O principal alvo da operação deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público) é contrato de compra de 60 mil cestas básicas, com dispensa de licitação em razão da pandemia do coronavírus. A empresa Farturão, nome social Tavares e Soares, recebeu R$ 5,8 milhões pela venda dos itens, contudo, há suspeita de superfaturamento nos valores das cestas.
A Sedhast é uma das pastas do Governo que tem ligação com cúpula tucana desde o início da gestão de Reinaldo Azambuja. É nesta secretaria onde se concentram todas ações sociais que, por sua vez, atendem famílias de Mato Grosso do Sul de classes sociais mais necessitadas, os mais pobres.
O Jornal Midiamax apurou que toda a documentação apreendida pelo Gecoc, assim que analisada e repassada à Justiça, ficará a cargo de julgamento da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande.
A vara é a mesma que em setembro de 2018, há quase dois anos, autorizou buscas e até prisão de Rodrigo de Souza e Silva, filho do governador Reinaldo. Na época, ambos foram investigados no âmbito da operação Vostok, que apurou fraude na cedência de incentivos fiscais do Governo à empresas, que em troca pagavam proprina.
Rodrigo e Reinaldo, foram, inclusive, indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O processo corre em segredo de Justiça.
Contrato
Em 6 de abril, a Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho) divulgou o contrato com a empresa no valor total de R$ 5.820.000, 00 de 60 mil cestas básicas, que seriam distribuídas às famílias carentes do Estado. Os alimentos eram para enfrentamento da Covid-19.
Pouco mais de um mês, em 15 de maio, o contrato sofreu aditivo com número de 005/2020 e mudança na redação contratual, incluindo que a distribuição dos alimentos também seriam para além das famílias cadastradas no CaOnico, também para idosos em regime de abrigamento.
Operação
Os valores levantaram suspeitas, com denúncia feita à Polícia Federal para investigar a ação do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). No entanto, como não há veba federal de recursos, o órgão declinou competência e mandou para o MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) investigar .
Nesta sexta, o Gecoc (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público), coordenado pelo promotor de Justiça Adriano Lobo Viana de Resende, deflagrou a Operação Penúria, cumprindo 13 mandados de busca e apreensão.
A denúncia foi protocolada pelo deputado estadual Capitão Contar, que estranhou o valor de R$ 5,8 milhões para compra de cestas básicas, sem licitação, permitida por causa da pandemia do novo coronavírus.
O deputado chegou a pedir informações ao Governo do Estado, mas nem mesmo o pedido foi encaminhado, por ter sido barrado na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) pelos deputados, maioria do grupo do governador tucano.
Ganhos
A empresa Tavares e Soares, de nome fantasia Farturão, foi contratada ao menos mais uma vez, em 2013 num valor de R$ 8,5 milhões. Atualmente, a empresa tem contrato vigente no valor de R$ 8,7 milhões. Ao longo dos anos, os valores chegam a R$ 17.268.091,07.
Em vigência, segundo o Portal da Transparência, a empresa foi contratada em 2018 pela secretaria, por R$ 7.790.310,00 para entrega de cestas básicas à população indígena de Mato Grosso do Sul. De acordo com o documento, este valor foi pago em parcelas mensais de R$ 649.192,50. A empresa também deveria fazer a entrega dos produtos.
Em 1º de agosto deste ano, o contrato sofreu aditivo e foi renovado até 31 de julho de 2021. O acréscimo foi no valor de R$ 934.398,00, ou seja, o valor vigente é de R$ 8.724.708,00, que serão pagos mensalmente R$ 727.059,00.
Outro lado
Por meio de nota, o Governo do Estado informou que “está à disposição do Ministério Público para prestar esclarecimentos dos fatos sobre a operação Penúria, desencadeada pelo Gaeco, hoje em Campo Grande, e que vai acompanhar a investigação através da Controladoria-Geral do Estado”.
Nenhum responsável pela empresa se manifestou, até o momento, a respeito da operação desta sexta-feira.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Motociclista desvia de carro, cai em avenida e morre após outro veículo passar por cima de sua cabeça
Rapaz perdeu o equilíbrio ao desviar de um carro e acabou sendo atingido por outro enquanto estava caído no chão
Rapaz é encaminhado para pronto-socorro após ser esfaqueado na Orla Ferroviária em Campo Grande
Após sofrer o ferimento, vítima caminhou até a esquina da Calógeras com a Maracaju, onde pediu socorro a populares
Jovem de 20 anos é ameaçado após comprar pacote de conteúdo adulto em Campo Grande
Coagido, rapaz atendeu às ameaças do autor, que exigiu dinheiro para não divulgar conversas
Enfermeira procura polícia para denunciar paciente em Campo Grande
Paciente da Santa Casa chamou enfermeira de “gorda” e ainda ameaçou profissionais: “Vocês não servem pra nada”
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.