Pular para o conteúdo
Transparência

Associação Comercial também pede para participar de ação que discute lockdown em Campo Grande

Pedido da Defensoria Pública quer fechamento do comércio por 14 dias para conter o coronavírus; prefeitura, Fiems e ACICG são contra.
Arquivo -

Mais uma entidade representativa da sociedade civil de solicitou à 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos direito de participar da ação civil pública proposta pela de Mato Grosso do Sul para discutir a aplicação de um lockdown de 14 dias no município, como forma de conter o avanço do novo coronavírus.

Além de solicitar a inclusão como amicus curiae, a (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) também apresentou parecer elaborado pelo economista Normann Kalmus que foi criado com o intuito de responder se “as restrições de deslocamento de cidadãos, bem como de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e de serviços no território de Campo Grande têm resultados positivos efetivos no combate à disseminação da pandemia” e se “os reflexos econômicos negativos são compensados pela redução da prevalência da doença na população”.

Em ambos os casos, as respostas foram negativas para a implantação do , embasadas em técnicos que estudaram o tema em outros países e números de países como EUA, Uruguai, Argentina e Brasil, bem como em comparativos sobre as medidas mais flexíveis adotadas em Mato Grosso do Sul e o total proporcional de casos e óbitos na comparação com São Paulo, e Estados do Nordeste.

A ACICG afirma que pretende participar do processo “no intuito de ampliar o espaço de discussão em relação ao ponto de debate”, alegando ainda representar 8 mil pequenos, médios e grandes empresas de Campo Grande, tendo em seu estatuto social a missão de representar ou assistir a categoria de forma judicial ou extrajudicial em questões de seu interesse.

O “cerne” da ação, frisa a associação, é a viabilidade do lockdown em Campo Grande para o combate à Covid-19, cujos efeitos poderão refletir nas categorias econômicas por ela representadas. “Trata-se de um momento único que nunca na história ocorreu da mesma forma e de proporções globais. O Direito contemporâneo, do mesmo modo, nunca se deparou com uma situação desta gravidade, com tantos desafios para proteger e para tutelar”.

Já no pedido, a ACICG reforça sua posição contrária ao lockdown por meio do parecer de Kalmus, que, em cerca de 50 páginas, apresenta resultados de estudos técnicos e números sobre a pandemia e as ações de combate, inclusive no campo econômico, com o fechamento de estabelecimentos –que, conforme os dados apresentados, não surtiram efeito em enfrentar o contágio.

A associação também aponta dados apresentados pela Prefeitura de Campo Grande e que contestam a Defensoria, como a ocupação de 90% dos leitos de UTI na cidade –a Secretaria Municipal de Saúde aponta percentuais próximos a 80%, enquanto o Paço Municipal descarta o lockdown por conta de seus efeitos econômicos e do fato de que, com o comércio fechado, as aglomerações “migraram” para os lares dos campo-grandenses, mais difíceis de fiscalizar.

“Os empresários estão fazendo sua parte e a população precisa que os órgãos públicos façam o que lhes cabe, zelando para que cidadãos com sintomas da Covid-19 tenham acesso aos testes e/ou recebam o tratamento adequado antes mesmo que seja necessário o uso de UTI. A ACICG adverte que o bloqueio total do comércio e serviços terá efeitos devastadores à economia da Capital, afetando diretamente a manutenção dos postos de trabalho, impactando na produção, na demanda e no consumo”, frisa a associação.

ACICG destaca desemprego criado com fechamento do comércio devido à pandemia de coronavírus

Dados da ACICG ainda apontam que, de janeiro a junho, 1.978 empresas foram extintas no Estado, conforme dados da Jucems (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul). “Com as empresas reduzindo suas equipes ou, até mesmo, encerrando suas atividades, a quantidade de desempregados e de famílias sem renda aumentará, gerando, também, um grave problema social”, destacou a ACICG, na ação, na qual também pede que a liminar favorável ao lockdown seja negada e o pedido seja considerado improcedente.

Além da ACICG, outras entidades pediram para acompanhar a ação. A Fiems (Federação das Indústrias de Mato Gross do Sul), com alegações semelhantes, conseguiu sua inclusão, ao passo que o Centro de Defesa de Direitos Humanos Marçal de Souza foi rejeitado, uma vez que o Ministério Público de Mato Grosso do Sul e a própria Defensoria já representariam os direitos civis no caso.

A ação tramita desde a semana passada, quando foi protocolada pela Defensoria. Então juiz substituto da 1ª Vara de Direitos Difusos, José Neiva de Carvalho e Silva deu 72 horas para a prefeitura se manifestar e agendou para a última sexta-feira (7) tentativa de conciliação, que não avançou. O Paço Municipal também já apresentou suas alegações contrárias ao lockdown, sustentando ter a situação controlada por meio de decretos e com leitos hospitalares de terapia intensiva suficientes para sustentar um avanço da Covid-19.

A ação está sob tutela do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, que assumiu a 1ª Vara de Direitos Difusos.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Aliado de Tarcísio consegue assinaturas para pedir abertura da CPI do INSS na Alesp

18º Festival América do Sul reunirá 96 atrações culturais gratuitas em Corumbá

fiscal oitiva frota ônibus

Frota sucateada e superlotação: Consórcio Guaicurus tem apenas um ônibus para cada 7,6 mil passageiros

Inteligência Artificial em MS

Governo cria grupo para coordenar plano de inteligência artificial

Notícias mais lidas agora

Juiz diz que há indícios de corrupção em contrato de R$ 59 milhões com empresa do Sigo

fiscal oitiva frota ônibus

Frota sucateada e superlotação: Consórcio Guaicurus tem apenas um ônibus para cada 7,6 mil passageiros

ex-coordenador apae

Justiça reconhece chance de fuga após aval do MPMS e mantém prisão de ex-coordenador da Apae

Nos últimos 5 anos, mais de 14 mil bebês foram registrados sem o nome do pai em MS

Últimas Notícias

MidiaMAIS

Mais de 100 voluntários se unem para produzir 17 mil bolos de Santo Antônio em Campo Grande

Serão distribuídas três mil alianças, sendo dois pares de ouro

Le Blog Maria Antonia

A onda da sacola de pano ao redor do mundo

A sacola de pano está se tornando cada vez mais popular em todo o mundo como alternativa às sacolas plásticas descartáveis, com foco na sustentabilidade e na redução da poluição. Esta tendência visa diminuir o uso de plásticos, que levam séculos para se decompor e poluem o meio ambiente, incluindo os oceanos. Em muitos locais, … Continued

Brasil

Imposto maior sobre os cigarros pode diminuir mortalidade infantil

Exposição ao tabaco, seja no útero ou de forma passiva na infância, causa ao menos 200 mil mortes anuais de crianças menores de 5 anos em todo o mundo

Polícia

Professor da UFMS condenado por estupro em festa acadêmica é afastado por mais 2 meses

Professor está afastado desde 12 de março, quando foi condenado a 8 anos de prisão pelo crime cometido em 2016