Após investigar agiotagem em Campo Grande, Gaeco denuncia vereador do PSDB por extorsão
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou pelo crime de extorsão o vereador do PSDB Ademir Santana Delmondes. A denúncia foi feita no dia 30 de outubro. Ainda foram denunciados Juanil Miranda Lima e Euzébio de Jesus Araújo, conhecido como ‘Nego Bel’. As penas dos denunciados pelos crimes podem ultrapassar 10 […]
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O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou pelo crime de extorsão o vereador do PSDB Ademir Santana Delmondes. A denúncia foi feita no dia 30 de outubro. Ainda foram denunciados Juanil Miranda Lima e Euzébio de Jesus Araújo, conhecido como ‘Nego Bel’.
As penas dos denunciados pelos crimes podem ultrapassar 10 anos. Mas, na mesma peça em que o vereador acaba denunciado por extorsão há também indicação de que os acusados não devem ser beneficiados com a pena de persecução penal, já que os crimes cometidos foram de natureza grave. O grupo denunciado ainda pode ser condenado a pagar mais de R$ 6 milhões às vítimas.
Ainda é relatado que os acusados não satisfazem o requisito para o benefício. No despacho é pedido ainda pelo Ministério Público o arquivamento parcial dos crimes de agiotagem ou usura por conta da prescrição punitiva para Jamil Name Filho, já que o crime tem prescrição de 4 anos, e as provas da investigação apontam que os crimes teriam acontecido em meados de 2016.
Denuncia irregularidades em área pública ocupada por vereador
O vereador Ademir Santana Delmondes (PSDB), candidato à reeleição e alvo da ainda deve responder por suposto crime ambiental em área pública que ocupa onde mantém uma chácara, no bairro Caiobá.
Após o cumprimento dos mandados da Operação Omertà, no dia 7 de outubro, o local recebeu fiscalização de equipe da PMA (Policia Militar Ambiental). Moradores da região presenciaram as diligências, e dizem que os policiais teriam flagrado até um açude construído na área, que pertenceria ao Município de Campo Grande.
O vereador ocupou o local e teria feito a barragem em área de interesse ambiental sem qualquer tipo de autorização ou estudo de impacto ambiental. Segundo ele haveria um processo de desafetação da área correndo desde 2011.
‘Proposta de compra’
“Já fiz até uma proposta de compra para a Prefeitura”, relatou o vereador do PSDB. Sobre os flagrantes que podem apontar crime ambiental, Ademir Santana disse que após a batida da PMA teria dado entrada no Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) para a regularização.
Inicialmente, no entanto, ele disse à reportagem que nenhuma irregularidade tinha sido encontrada pelos policiais da Ambiental. Mas, a reportagem acionou a PMA.
Lá, após informar estar em ‘reuniões com o Imasul’, o responsável pela ocorrência da Polícia Ambiental confirmou que foi feito um pedido de regularização de barragem que está em área de preservação ambiental na chácara atualmente sob posse de Santana.
Confrontado novamente, o vereador mudou a versão. Disse que a obra ilegal teria sido realizada há décadas, antes mesmo de ele ocupar a área. “Não fui eu quem fez, só pediram para que regularizasse a documentação. Essa foi a irregularidade que encontraram”, admitiu o parlamentar.
Ainda de acordo com a PMA, o vereador foi notificado para entregar a documentação, que foi levada como área consolidada, e que a documentação será entregue ao órgão ambiental, que irá fazer essa avaliação e caso entenda que não seja área consolidada e houver crime, o vereador será autuado e indiciado.
Prisão negada do vereador
Os policiais chegaram à chácara do vereador do PSDB na quinta fase da Operação Omertà porque informações preliminares eram de que Ademir Santana estaria envolvido na negociação do imóvel onde verdadeiro arsenal de guerra foi flagrado.
Segundo as investigações, o parlamentar teria envolvimento com agiotagem no âmbito da Operação Omertà. Foi feito pedido de prisão contra Ademir Santana, mas a preventiva foi negada pela Justiça. A decisão foi do juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, deferiu apenas pedido de busca e apreensão contra o político.
A participação dele veio à tona quando o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) constatou que organização criminosa ligada a homicídios, também cometia crimes de caráter patrimonial, como exploração de jogos de azar, agiotagem, extorsão e receptação de veículos adulterados.
Durante as investigações foi descoberto que o vereador trabalhou como motorista dos chefes do esquema e teria participado do transporte de vítimas da agiotagem. Relatos apontam que ele supostamente teria coagido e ameaçado um casal devedor, dizendo que os levaria para ‘negociar’ com seus superiores.
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