Justiça irá até o local fazer flagrantes

Diferente do procedimento comum para verificação de denúncias, a Justiça Eleitoral tem ‘poder de polícia' em período de campanha e pode ir até o local da denúncia. Além disso, o eleitor pode denunciar por e-mail local, hora e partido que esteja praticando venda de votos. As informações são repassadas a população em uma campanha que começou nesta segunda-feira (19), a “Voto vendido, futuro pedido”.

Realizada pelo MPF (Ministério Público Federal), MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) e ASMMP (Associação Sul-mato-grossense de Membros do Ministério Público Estadual), com apoio da Fiems, a campanha pretende adesivar carros, visitar escolas, associação de bairros e terminais de transbordo para conscientizar a população sobre a venda de votos.

Coordenador do CAO Eleitoral (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Eleitorais), o procurador Edgar Roberto Lemos de Miranda explicou que as 54 zonas eleitorais do Estado desenvolvem a campanha até o dia 30 de setembro.

“Às vésperas das eleições é que registramos mais denúncia,s por isso lançamos a campanha 13 dias antes da votação . O eleitor preciosa entender que os ‘cinquentão' que ele recebe pela compra de voto se refletem em quatro anos sem pediatras nos postos, sem emprego, sem assistência nenhuma, porque ele acaba elegendo um político que já foi para o seu cargo cometendo um crime”, ressaltou.

Quanto mais detalhes da denúncia, melhor. “É preciso nos dizer o horário da reunião, local, bairro, quem está comprando esses votos, quem vai repassar. Quanto mais informação tiver, mais rápido e fácil será para fazermos o flagrante da compra de voto”, lembra.

Para o procurador regional eleitoral federal Marcos Nassar, a campanha visa mostrar a vinculação entre a venda do voto e a consequente degradação dos serviços públicos. “É óbvio que quando você vende o voto, e aquele candidato é eleito, não vai acontecer uma transformação e ele se tornar honesto. A tendência é que o candidato desonesto seja um político desonesto. E quem perde com isso é toda a população”, afirma.

Onde denunciar?

Além da utilização do aplicativo para celular SAC MPF, os cidadãos também poderão denunciar ao Ministério Público presencialmente, na Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul (Avenida Afonso Pena, nº4444 – /MS) e Promotorias Eleitorais nos municípios. Também é possível denunciar pelo endereço www.cidadao.mpf.mp.br. A Justiça Eleitoral também possui um aplicativo para celular, o Pardal.

Os canais estão disponíveis desde julho. Apenas os canais eletrônicos acumularam mais de 300 denúncias até 16 de setembro.