Metade do custo do tapa-buraco pode ter financiado corrupção, diz vereadora

Segundo oposição, há dúvidas suficientes para justificar abertura de CPI

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Segundo oposição, há dúvidas suficientes para justificar abertura de CPI

Metade de tudo que é aplicado em tapa-buracos em Campo Grande pode ter bancado um grande esquema de corrupção, incluindo financiamento de grupos políticos. Esta é uma das suspeitas que engrossa o discurso da oposição para bancar a CPI dos buracos na Câmara Municipal.

A suspeita foi levantada pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS). Segundo ela, há muitos comentários de que, a cada R$ 6 milhões pagos às empreiteiras, metade refere-se a serviços efetivamente prestados e o restante é desviado.

“É preciso investigar, há muitas dúvidas sobre o serviço, um descontrole que até parece proposital”, emenda a parlamentar. Alex (PT), colega na oposição, acha que só a diferença de gasto com tapa-buraco em 2012, cerca de R$ 45 milhões a mais em relação a anos anteriores, já justificaria uma investigação: “se essa discrepância nos gastos é pouca, concordar com isso é dizer que está consolidado o processo de roubar dinheiro público”, defende o petista.

Os discursos foram feitos durante audiência do secretário municipal de Ifraestrutura, Transporte e Habitação, Valtemir de Brito, o Kako, com os vereadores, na manhã desta segunda-feira (16). Ele defendeu as empreiteiras, disse que elas recebem valor defasado pelo serviço, falou que a Prefeitura fornece todos os documentos solicitados sobre os tapa-buracos e não tem o que temer, mas não quer a CPI.

A linha defensiva foi encampada pela situação. Aliás, parte dela, já que nem o líder do prefeito, Edil Albuquerque, participou da reunião – dos 29 vereadores, 17 apareceram para ouvir as explicações de Kako.

Vereadores da base questionam o fato de que outras administrações deveriam ser cobradas sobre as denúncias envolvendo os tapa-buracos. “O secretário apresentou os esclarecimentos solicitados, não há motivos para CPI”, emendou Alceu Bueno (PSL).

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