Baird ganhou contratos de R$ 71 milhões com governo e doou R$ 1,7 milhão para André
Voto S.A.: O dono da Itel Informática ‘ajudou’ a reeleição de Puccinelli com doação milionária em 2010, mas faturou 4.100% a mais como fornecedor de órgãos estaduais entre 2008 e 2014.
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Voto S.A.: O dono da Itel Informática ‘ajudou’ a reeleição de Puccinelli com doação milionária em 2010, mas faturou 4.100% a mais como fornecedor de órgãos estaduais entre 2008 e 2014.
O empresário João Roberto Baird investiu R$ 1,7 milhão na campanha de André Puccinelli ao governo de Mato Grosso do Sul em 2010. Baird é o proprietário da Itel Informática e mantém contratos milionários com órgãos estaduais, que lhe renderam 4.100% a mais da ‘ajuda’ oficial ao então candidato do PMDB que foi reeleito governador.
Somente nos contratos da Itel com o Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul) e a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Baird faturou R$ 71.640.825,86 entre 2008 e 2014.
A Itel mantém três contratos ao todo com o governo de Mato Grosso do Sul. O primeiro, com o Detran, é de junho de 2008 e foi finalizado em setembro de 2013, mas renovado até setembro de 2014. O valor da prestação de serviços de informática para o órgão é de R$ 27.955.841,87.
Outro contrato, também com o Detran, é de prestação de serviços de informática, no valor de R$ 11.839.920, que vigora desde junho de 2011 e foi renovado até maio de 2014.
Por fim, a Itel realizou um serviço de informatização para Iagro por R$ 30.660.915,97, que ainda teve o valor atualizado para R$ 31.845.063,99. Os dados são os declarados no Portal da Transparência do governo do Estado.
Além de ter doado nominalmente a André Puccinelli, Baird repassou outros R$ 500 mil ao candidato em nome da empresa Itel Informática durante a campanha de 2010, conforme a prestação de contas.
Investigações
Baird também é dono da S&I Informática, que tem o contrato investigado com o Detran-MS pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) por ter sido contratada por dispensa de licitação com alegação de urgência do órgão para recolhimento de valores do DPVAT.
Contratada, a S & I usou o código de identificação do Banco Excelsior, extinto, para a prestação do serviço. Quem teria autorizado, segundo a denúncia, seria a ATP Tecnologia e Produtos S.A., cujo diretor-executivo era Juarez Lopes Cançado.
Dagoberto Nogueira, chefe do Detran à época, é alvo de outros dois processos por improbidade administrativa enquanto estava à frente do órgão e foi condenado pelo Tribunal de Justiça. Ele recorre das decisões no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
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