Juiz suspende leilão da Bigolin por erro de R$ 660 mil no laudo de avaliação de imóvel
Foi constatado também erro no cálculo da área construída
Renan Nucci –
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O juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da Vara de Falências, Recuperações e Insolvências de Campo Grande, suspendeu o leilão de um imóvel de mil metros quadrados do Grupo Bigolin, localizado na região da Vila Glória, na Capital. O motivo é o erro de R$ 660 mil na avaliação e também inconformidades na dimensão da área construída.
Os erros nos cálculos foram informados pela Avalor, empresa responsável pelo laudo de avaliação. Assim, o administrador judicial do bem, o consultor José Eduardo Chemin Cury, acionou o magistrado solicitando a suspensão do leilão, uma vez que caso o feito fosse levado adiante, poderia ser anulado assim que as irregularidades fossem descobertas.
O administrador disse que a Avalor, apesar do equívoco, ratificou o resultado. A área construída, que era de 132,72 metros quadrados, foi corrigida para 1.132,72 metros quadrados. Já o valor, inicialmente de R$ 1.040.000,000, foi reajustado para R$ 1.700.000,00. Desse modo, o valor dos bens atualizados para leilão foi para R$ 14.470.000,00.
“Com efeito, verificando o auto de avaliação e arrecadação, é possível constatar que realmente existe um erro material quanto à metragem do imóvel descrito o que, por conseguinte, em virtude do lapso, acabou por influenciar na própria avaliação do bem”, afirmou Cury.
“Portanto, levando em consideração a questão exposta, para evitar prejuízos processuais futuros, bem como, eventuais declarações de nulidade da praça, solicita-se a suspensão do leilão em relação ao Lote em que vinculado o imóvel em voga, o qual, após devido saneamento, será objeto da publicação de novo edital e, consequente, designação de praceamento”, pontuou o administrador.
Ao avaliar as informações apresentadas, o juiz optou por suspender o leilão. O Grupo Bigolin, especializado na distribuição de materiais para construção, declarou falência e, por este motivo, teve os bens leiloados para quitação das dívidas dos credores.
Dentre os lotes à disposição, estão maquinários, veículos (caminhões, caminhonetes, carros menores e motos), produtos para a casa que eram vendidos nas lojas fechadas, além de terrenos e prédios comerciais. O item com maior valor dentre os 73 lotes é justamente o prédio na Vila Glória, onde funcionava a loja.
Falência da Bigolin
A dívida do Grupo Bigolin já é estimada em mais de R$ 100 milhões. A decisão do juiz de primeiro grau, que decretou a falência do grupo, ocorreu após segunda assembleia de credores, que concordou com a implantação de um plano de recuperação.
Conforme o rito jurídico, a aprovação precisa ocorrer em primeira votação de assembleia, com quórum qualificado de credores, ou em segunda votação, com quórum judicial. A empresa alcançou os requisitos necessários, na segunda votação, para implantar o plano. Porém, o juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva considerou a medida inviável e, com isso, determinou a falência e fechamento das lojas da Bigolin.
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