Renais crônicos de Dourados acionam a Justiça por remédio
Medicamento de alto custo não é fornecido pelo SUS
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Medicamento de alto custo não é fornecido pelo SUS
Renais crônicos de Dourados acionaram a Justiça para tentar forçar a Saúde fornecer gratuitamente o medicamento Mimbara, para pacientes em hemodialise. De acordo com o presidente da Associação dos Doentes Renais Crônicos e Transplantados de Dourados (Renassul), José Feliciano de Paiva, o medicamento é de alto custo, o que impossibilita o tratamento para pacientes de baixa renda. É o caso de 13 renais que recorreram à Justiça para garantir o tratamento, que acontece por tempo indeterminado ou contínuo.
Segundo Feliciano, cada caixa do remédio custa em média R$ 600. “O medicamento é recomendado para renais que apresentam descalcificação dos ossos. Aqui, um senhor de 60 anos está em cadeira de rodas e corre sérios riscos começar a quebrar todos os ossos do corpo, devido a falta de tratamento. Um outro paciente, Antônio Dantas Pereira, morreu na semana passada à espera do remédio”, lamenta.
Segundo Feliciano, prefeituras como a de Naviraí, Caarapó, Nova Andradina e Campo Grande já oferecem o medicamento na Saúde Pública. “Queremos que esta mesma realidade que já acontece em outros municípios seja colocada em prática também em Dourados; muitas mortes poderiam ser evitadas”, destaca.
O Ministério Público Estadual recebeu a denúncia da Associação e segundo a assessoria, a Promotoria analisa o caso para decidir se oferece denúncia no Judiciário.
O atendimento precário aos renais crônicos é antigo. Depois de enfrentar uma crise que fechou os transplantes de rins em todo o Estado de Mato grosso do Sul, os pacientes enfrentam problemas de falta de vagas e condições para adquirir medicamentos de uso contínuos que não são distribuídos pelo SUS.
As barreiras no tratamento já resultaram na morte de 19 renais crônicos na fila do transplante. Estes dados são de janeiro a junho deste ano. Neste período, em Dourados, foram 4 mortes em janeiro, 5 em fevereiro, 3 em março, 4 em abril, 2 em maio e 1 em junho.
O presidente da Renasul teme pela vida dos pacientes. “Cada dia sem tomar o medicamento é um risco a mais para o paciente. Muitos gastam tudo o que recebem de aposentadoria na medicação e muitas vezes estes valores ainda não são suficientes. Parentes ajudam, mas na maioria dos casos os renais iniciam o tratamento e acabam desistindo devido a diversas barreiras”, destaca.
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