Deputados da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) protocolaram um requerimento à Mesa Diretora, na última quarta-feira (15), para cobrar informações sobre o funcionamento e contrato com o Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), responsável pelos registros de boletins de ocorrência. 

O Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) relatou que há algum tempo o sistema tem apresentado lentidão, o que tem levado a demora no registro de boletins de ocorrência e, consequentemente, trazido transtornos para a população. 

O Midiamax também mostrou que a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) já gastou mais de R$ 6 milhões com o Sigo, que vem apresentando instabilidades desde o início de abril, ou seja, há cerca de um mês. 

Outro pedido de informações é sobre os bloqueadores de celulares em presídios, tema que também virou pauta após denúncias que criminosos têm acesso a celulares e organizam crimes dentro da cadeia

O documento protocolado na Alems é de autoria do deputado Pedro Arlei Caravina, o Caravina (PSDB), com coautoria do correligionário Zé Teixeira. O requerimento foi encaminhado ao Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira. 

Os deputados também querem saber se a pasta tem tomado providências para solucionar a instabilidade do Sigo e se há estudo de viabilidade no sentido de ampliar o número de delitos sujeitos a registros online, “tendo em vista que, atualmente, este número é bastante reduzido”.

Foram feitos os seguintes pedidos de informações:

  • Se recentemente houve renovação de contrato entre a SEJUSP e o sistema SIGO e qual o prazo de vencimento;
  • Se o sistema SIGO vem cumprindo com os deveres assumidos no contrato;
  • Se o contrato vigente entre a SEJUSP e o sistema SIGO é emergencial;
  • Se há providência sendo tomada pela SEJUSP com relação à instabilidade recorrente do sistema SIGO, que vem gerando transtornos à população;
  • Se o contrato vigente entre a SEJUSP e o sistema SIGO contempla tecnologia para bloqueadores de celulares em presídios;
  • Se há previsão de ampliar a possibilidade de registros de boletins de ocorrência on-line.

Contrato milionário

A Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública) de Mato Grosso do Sul já gastou mais de R$ 6 milhões com o Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), principal ferramenta para registros de ocorrências da polícia sul-mato-grossense, neste ano.

Contudo, o sistema apresenta desconexão, instabilidade e lentidão desde o início de abril, impossibilitando o registro das ocorrências e, mesmo assim, a empresa de software, Compnet, alega que apenas uma troca de computadores causou a oscilação no Sigo.

O Sigo possui 18 mil usuários, entre eles, PM (Polícia Militar) e a PC (Polícia Civil). E são justamente esses policiais que estão enfrentando dificuldades para registrar as ocorrências nas delegacias. 

A população que foi até as delegacias nas últimas semanas lidou com transtornos, filas enormes e teve que retornar para a casa sem o registro da ocorrência devido a ‘falha’ no sistema.  

Jornal Midiamax levantou que neste ano foram feitos cinco pagamentos milionários a empresa de software, responsável pelo desenvolvimento do Sigo, desde junho de 2023. Os pagamentos totalizam R$ 6.194.710,34 até este mês de maio. 

E mesmo recebendo milhões para manter a ferramenta em funcionamento, a Compnet apenas alega que o SGI (Sistema de Gestão Integrada) trocou seus computadores e, este seria o motivo da instabilidade. 

“Há 20 dias ocorreu uma grande instabilidade porque o SGI (Sistema de Gestão Integrada) trocou seus servidores. Não tem como desligar o Sigo, ele continua rodando, mas com a troca, ocorreu essa instabilidade há 20 dias”, é o que diz Adriano Aparecido Chiarapa, proprietário da Compnet.

A Sejusp também já havia informado o Jornal Midiamax, no dia 4 de abril, que o sistema ficou fora do ar para passar por melhorias e que a previsão era que voltasse a normalidade na próxima semana, o que não aconteceu, pois o mesmo continuou instável.

Entretanto, no dia 27 de março, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) protocolou um ofício na secretaria pedindo a solução do sistema com urgência, o que mostra que são mais de 1 mês de instabilidade no Sigo. 

No dia 7 de maio, uma mulher, de 35 anos, teve negado o registro de sua denúncia de quebra de medida protetiva na Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher). Ela foi orientada que voltasse para sua casa, pois com o sistema fora do ar seria impossível registrar a denúncia.

Há três semanas, a mulher esteve na delegacia para pedir a medida e precisou ficar seis horas na delegacia aguardando pelo registro. “O sistema estava caindo toda hora e lá me disseram que tem um mês que a situação está assim”, contou ao Jornal Midiamax.

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