Os cadernos variam entre R$ 25 e R$ 60, seja nas lojas com produtos de origem chinesa ou nas livrarias dos shoppings de Campo Grande. As canetinhas, entre R$ 24,99 e R$ 999,90, dependendo da quantidade de cores. Já o Labubu, um monstrinho feio, de olhos grandes, orelhas pontudas e nove dentes visíveis, com valores de R$ 40 a R$ 109,90 — no caso, entre o falsificado e o original.
No entanto, na internet, a busca aflora e é possível achar versões raras, custando mais de R$ 8,6 mil a unidade.
Mas que modismo é esse que deixa a garotada doida e os pais tentam acompanhar?
Quando se dão conta, é um “compra pra mim”, “eu quero”, “procura na internet” e por aí vaí…
Os objetos, oriundos da China, viralizaram nas redes sociais e movimentam milhões no mercado de colecionáveis, porém, conforme especialistas em comportamento humano, vão muito além da “estética fofa”.
Confira um pouco mais sobre o fenômeno em Campo Grande:
Ao Jornal Midiamax a psicóloga e neuropsicóloga Wanessa Fernandes ressaltou a busca por pertencimento, conforto emocional e identidade social, dizendo ainda que o equilíbrio está em consumir com consciência e manter o senso crítico, lembrando que autoestima e felicidade não devem depender do que está em alta.
“Alimentar essas tendências é saudável quando promove bem-estar, criatividade e conexão com outros. No entanto, torna-se preocupante quando há exagero, compulsão por consumo, dívidas ou dependência emocional do modismo para preencher vazios internos”, ressaltou.
Loja de Campo Grande promoveu competição saudável de pintura
No sentido oposto dos exageros, uma loja, localizada na região norte da cidade, promoveu uma competição saudável, após avaliar que os cadernos de pintura Bobbie Goods estimulam muitos a ficarem longes das telas.
“Nós somos uma empresa familiar e constatamos que os pais e as crianças estão consumindo algo bom, que os deixam longe do celular também. Tem muitos pais comprando um para pintar junto com o filho, adultos também, parece que estamos voltando em uma época longe do celular, com papel, desenho e canetinhas”, afirmou o gerente Alan Brandão Marques, de 24 anos.
Segundo Marques, o caderno está tendo muita saída e por isso houve a criação do campeonato. “Resolvemos fazer, inicialmente sem divulgar bastante, e foi muito bom ver o pessoal tão empolgado, se dedicando. Inclusive, vamos fazer o próximo, agora com faixa etária, então, vai ter o mais novo, intermediário e adulto. Neste primeiro, foram quatro ganhadores, e fizemos votação até no Instagram, dando um kit de 200 canetinhas, no último dia 21 de junho. Foi feita uma live para divulgar a grande vencedora”, explicou.
Confira aqui um dos posts sobre o concurso:
‘Virou uma febre mesmo’, avalia gerente de Campo Grande
A reportagem também percorreu a região central de Campo Grande. “Os cadernos chegaram aqui e foram embora em 48 horas. Para nós é muito bom, ajudou muito a bater meta”, comentou o gerente de uma papelaria sobre o Bobbie Goods.
“É um fenômeno. Aqui nós temos as versões originais e a procura é muito grande, de crianças a adolescentes. Por enquanto, acho que, por conta do filme, o carro-chefe estão sendo os produtos do Stitch, mas, o Labubu não fica para trás”, comentou o gerente de uma loja de colecionáveis, Luiz Eduardo da Silva Valdez, de 25 anos.
João Guilherme, de 19 anos, gerencia uma loja de departamento. “Os produtos, tanto o caderno com o bichinho chinês, estão sendo vendidos há um mês. Aqui também tem chaveiro, de R$ 10; então, se a pessoa gosta e está sem dinheiro, pode começar pelo chaveirinho, mas são várias opções de produtos, virou uma febre mesmo”, finalizou o jovem.
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