Prefeitos de 14 cidades de Mato Grosso do Sul contestam dados do Censo: ‘tem mais gente’

Municípios pedem novas entrevistas nos municípios ou nova pesquisa do IBGE

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Nioaque divulgação
Nioaque é um dos municípios que contestará o Censo. (Foto: Divulgação, Prefeitura de Nioaque)

O resultado do Censo não foi animador para 14 municípios de Mato Grosso do Sul, que afirmam ter mais habitantes do que o divulgado pela pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Assim, as prefeituras vão contestar os dados do Censo de 2022.

Segundo o assessor jurídico da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Elcio Paes, as prefeituras têm até sábado (8) para contestar o Censo de forma administrativa.

“Esse requerimento administrativo será feito de forma individual. Cada município é um caso à parte”, afirmou o assessor. Duas soluções estão entre os pedidos das prefeituras: novas entrevistas ou um novo Censo.

Isso porque ‘cada município tem sua particularidade’. “Então os prefeitos estão se esforçando no pedido para que seja feito um recadastramento [de habitantes], seja feito um novo Censo”, explicou Elcio.

Segundo a Assomasul, os municípios que irão contestar os dados do Censo são: Bela Vista, Camapuã, Ladário, Corumbá, Naviraí, Nioaque, Nova Andradina, Paranhos, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Sonora, Bonito e Coronel Sapucaia.

Dúvidas sobre o Censo

Elcio afirmou que as dúvidas relacionadas ao Censo são levantadas até mesmo pelos dados da pesquisa. Como exemplo, cita Nioaque, onde o número de habitantes não acompanhou o crescimento de imóveis.

“Em Nioaque eles tinham 5,6 mil imóveis no município e pularam para 6,5 mil. Deu em torno de 1 mil imóveis a mais, mas pelo Censo diminuiu 1 mil pessoas. Não tem lógica”, disse. O Jornal Midiamax conversou com o prefeito da cidade, Valdir Junior (PSDB), que destacou os impactos negativos da perda.

Entre eles, a perda de coeficiente do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e diminuição de repasses. “Camapuã por conta de duas pessoas perderam coeficiente do FPM, a perda equivale em torno de R$ 300 mil em um mês. Bonito por conta de 114 pessoas não aumentou o coeficiente”, exemplificou.

Em Corumbá, a prefeitura alega que o Censo aponta 7 mil habitantes a menos do que a realidade. Assim, a administração afirma que a decisão de contestar a pesquisa do IBGE está tomada desde 6 de junho.

Por fim, o assessor jurídico informou que a associação se prepara para resultado negativo. “A Assomasul já está preparando a inicial judicial se houver negativa, se houver necessidade”, adiantou.

Transição do FPM

Vale lembrar que no início do ano, municípios de MS acionaram a Justiça após perderem repasses do FPM (Fundo de Participação Municipal). Os prefeitos sul-mato-grossenses contestaram os resultados parciais do Censo.

O TCU (Tribunal de Contas da União) utilizou o relatório parcial do Censo para cálculo do coeficiente. Assim, os municípios contestaram a decisão e pediram a manutenção da Lei Complementar nº 165/2019, que congela o coeficiente até a finalização do Censo.

No entanto, recentemente o Governo Federal sancionou a Lei Complementar nº 198/2023, que garante a transição dos coeficientes do FPM. A medida visa evitar perdas imediatas aos municípios que tiveram redução de habitantes.

O texto aprovado pelo Congresso e sancionado pelo Governo concede prazo para os municípios migrarem para coeficientes menores do Fundo. Assim, a lei visa “evitar bruscas quedas de arrecadação, estabelecendo uma transição de 10 anos para os municípios migrarem para uma faixa de coeficiente inferior do FPM”.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados

prefeito urt eleições