Vereador de Campo Grande, Marcos Tabosa (PDT) reclamou nesta terça-feira (20) durante sessão na Câmara sobre o anúncio dos novos ônibus a serem entregues pelo Consórcio Guaicurus. Com menos lugares que os antigos, os veículos vão somar o déficit que as empresas já têm em ônibus rodando nas ruas.

“Os ônibus só cabem 70 pessoas, os antigos cabiam 90. Tinha que ser comprado 86 ônibus desse porte. Ainda vão ficar 162 ônibus acima de 10 anos, mesmo com os novos. Uma das taxas mais caras do país. Vai ter que ter uma operação em Campo Grande pra investigar? O nome da operação vai ser Sucata?”, questionou.

Sem investigação sobre o contrato milionário, Tabosa disse acreditar que os empresários do Consórcio ‘não podem achar que mandam’ em Campo Grande. “Esses empresários não podem achar que mandam em Campo Grande. Essa é a intenção da Agereg em parceria com o Consórcio Guaicurus. Quero pedir para o Gaeco investigar esse povo. Ajudem o trabalhador”, concluiu.

Menos ônibus nas ruas

O Jornal Midiamax apontou que a frota velha de ônibus que circula em Campo Grande deve continuar, com superlotação e demora para a população. Isso porque os 71 novos ônibus adquiridos pelo Consórcio Guaicurus são de um modelo pequeno e comportam até 70 passageiros, mas devem substituir ônibus maiores e com capacidade para até 20 pessoas a mais.

Na prática, o Consórcio Guaicurus vai retirar 71 ônibus velhos de circulação, mas em troca de ônibus menores. Já que os ônibus mais velhos de Campo Grande, atualmente, são de modelos maiores e maior capacidade de passageiros.

Os novos ônibus são do modelo OF-1519, com 38 assentos e capacidade para até 70 passageiros. Mas os ônibus com idade entre 10 e 14 anos, rodando em Campo Grande, são dos modelos OF-1722 M e OF- 1418, com capacidade para até 90 passageiros.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo grupo Ligados no Transporte e revelam que, na prática, dependendo da escolha das linhas para onde os novos ônibus vão, a situação do transporte público pode até piorar.

“A diferença é que os curtos têm uma economia maior de combustível, já que a capacidade de carga é menor. É ruim, porque se escalados nas linhas de maior demanda, como 070, 087, podem deixar muita gente pra trás”, afirma o analista de suporte Gabriel Santos, do grupo Ligados no Transporte.